sábado, 31 de outubro de 2009

Vaticano diz que Dia das Bruxas é 'perigoso' e faz duras críticas à data

RIO - O Vaticano fez duras críticas nesta sexta-feira ao Halloween, feriado de Dia das Bruxas comemorado em 31 de outubro, um dia antes do Dia de Todos os Santos, da Igreja Católica. Segundo o "Daily Mail", a instituição afirmou ser uma data "anticristã" e "perigosa", por ter ligação com o oculto. A condenação do Papa ao Dia das Bruxas vem dias depois de bispos da Igreja Católica espanhola pedirem que os pais não permitam que os filhos se fantasiem de fantasmas e duendes para celebrar a data.


Em um artigo intitulado "As perigosas mensagens do Halloween", o jornal oficial do Vaticano, "L'Osservatore Romano", citou o perito litúrgico Joan Maria Canals, que disse que "o Dia das Bruxas é uma corrente do ocultismo e completamente anticristão". Padre Canals pediu que os pais fiquem "atentos e tentem direcionar o significado da festa para a saúde e a beleza em vez do terror, do medo e da morte".

"L'Osservatore" elogiou uma igreja em Alcala de Henares, que decidiu realizar uma vigília de oração na noite de sábado, e também a ideia da arquidiocese de Paris de fazer um dia de imersão para as crianças, batizado de "Holywins" ("o sagrado vence", na tradução do inglês).

A Igreja vê com maus olhos o crescimento da popularidade da festa de Dia das Bruxas nos últimos anos. Em 2008, o jornal "Avvenire", dos bispos italianos, apelou para um completo boicote e descreveu o Dia das Bruxas como uma "perigosa celebração do terror e do macabro".

Todos os Santos



Haverá outro fim que não seja o de chegar ao reino que não tem fim?

A árvore arrancada, cortada pela raiz, e depois de novo plantada – o salgueiro, por exemplo – de novo cresce, de novo floresce; não viverá de novo o homem a esta terra arrancado? Os grãos ceifados repousam, dormem nos celeiros e renascem na primavera; e o homem ceifado, lançado nos celeiros da morte, acaso não renascerá? A cepa da vinha, o ramo cortado da árvore, transplantados, avivam-se e dão frutos; e o homem, para o qual tudo foi criado, porque caído, não se poderá reerguer?

Contemplai também o que se passa à nossa volta. Meditai no quadro deste vasto universo. Semeio trigo ou qualquer outro grão; tomba, apodrece e não pode servir para alimento do homem. Mas dessa mesma podridão renasce, ergue-se, multiplica-se; apenas semeei um grão e colho vinte, trinta ou mais. Para quem foram eles criados? Acaso o não foram para nosso uso? Não foi por si mesmos que todos estes grãos saíram do nada. Mas se o que para nós foi criado morre e renasce, como seríamos nós, nós, por causa de quem todos os dias este prodígio se opera, excluídos dum tal benefício? Para nós, também, haverá ressurreição. (São Cirilo de Jerusalém)

Oh, quão grande será esta felicidade, quando, terminado todo o mal, brilhando todo o bem sua mesma luz, mais não nos entregarmos que aos louvores de Deus que está tudo em todos! (...)
Eis que aí residirá a verdadeira glória que nos não será dada nem por erro, nem por favor; eis a verdadeira honra que não será recusada a quem a merecer, nem concedida àquele que dela não for digno; e não pode haver candidato indigno onde ninguém poderá estar se não for digno; eis enfim a verdadeira paz, onde nada se sofrerá de contrário a nós mesmos ou a outros. A recompensa da virtude será o mesmo Autor da virtude, que a Si se prometeu dar, recompensa a maior e a melhor que pode ser (...)
Será Ele o fim de nossos desejos, Ele, Aquele que sem fim veremos, que sem desgosto amaremos, que sem fadiga louvaremos. Esse dom, esses sentimentos, essa ocupação, certamente a todos serão comuns, como o será a mesma vida eterna. (...)




A vontade desta Cidade Santa será, pois, una em todos e indivisível em cada um; vontade livre, liberta de todo o mal, cheia de todos os bens, para sempre desfrutando das eternas alegrias no esquecimento de seus pecados e suas misérias, mas não no esquecimento da libertação e reconhecimento que ao seu libertador deve. (...)


Eis que então seremos em paz e veremos; veremos e amaremos; amaremos e louvaremos. E eis que isto será o fim sem fim. E haverá, para nós, algum outro fim que não seja o de chegar ao reino que não tem fim? (Santo Agostinho)

Há a Comunhão dos santos. Começa em Jesus. Ele está dentro dela. É a cabeça. Todas as orações, todos os sofrimentos juntos, todos os trabalhos, todos os méritos, todas as virtudes de Jesus juntas e as virtudes de todos os outros santos juntas, todas as santidades juntas trabalham e rezam para toda a gente junta, para toda a cristandade, para a salvação de todo o mundo. (...)

Temos que nos salvar todos juntos. Temos que chegar todos juntos junto de Deus. Temos que nos apresentar todos juntos. Não podemos ir para o pé de Deus uns sem os outros. (Charles Péguy)


DIA DE TODOS OS SANTOS

Dia 1 de Novembro

DIA DE TODOS OS SANTOS
Hoje, a Igreja Católica celebra a festa daqueles que se comprometeram com Deus Pai, com o Seu Reino de Bondade, de Justiça e de Amor, e, em nome Jesus Cristo, se comprometeram, também de maneira radical, com os seus semelhantes.
Por isso, nesta festa, todo o Povo Cristão é convidado a entrar em comunhão com Deus e com todo o Homem de boa vontade.
Como Jesus de Nazaré, somos convidados a fazer de nossa vida uma Eucaristia, uma oferenda viva.
Na Igreja antiga, os santos eram entregues às chamas, às feras, às torturas cruéis.
Hoje, também milhares de justos são entregues à morte, são torturados pela fome, pelo desemprego, pela doença, e silenciados pela repressão, pela intimidação, pelas ameaças de morte dos que se julgam senhores deste mundo.
Mas é nas entranhas dos que sofrem, dos aflitos, dos esquecidos, que germinam, nascem e dão fruto, as sementes do Evangelho de Jesus Cristo.
Desta maneira, a festa de hoje é também, de certo modo, a festa dos justos dos nossos dias, essa numerosa multidão cujo testemunho vivo é fonte perene de renovação para a Igreja.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Santo do Dia

S. Narciso


Comemorado em 29/10
Séc. II - bispo - ''Narciso é o nome de uma flor

Segundo Eusébio, S. Narciso era natural da Palestina e foi o 15º bispo de Jerusalém, eleito em 189. Presidiu ao Concílio de Cesaréia (197) e encabeçou a lista de assinaturas de uma carta que o episcopado da Palestina enviara ao papa S. Vitor. Nesta carta, os bispos declaravam observar os ritos e usos da Igreja romana. Contam que certa vez fora acusado de um crime que não cometera. Os caluniadores confirmaram por falsos juramentos a acusação. O primeiro dissera que se estivesse mentindo que o queimassem vivo. Já o segundo chamou sobre si a praga da lepra, se o que havia dito não fosse verdade. Narciso ficou muito desgostoso e resolveu deixar a cidade secretamente. Foi para o deserto de Nítria, onde viveu oculto durante 8 anos. Aconteceu, então, que abateu sobre os caluniadores o mal que cada um havia arrogado sobre si: o primeiro morreu queimado; o segundo foi consumido pela lepra; e o terceiro ficou cego. Voltando a Jerusalém resolveu reassumir juntamente com o bispo Górdio o pastoreio de seu rebanho. Morreu por volta 212, aos 116 anos de idade.

Oração do Deus que ilumina nosso interior.

Deus, nosso Pai, vós sois a luz da nossa vida. Nos momentos de escuridão, iluminai nosso interior e mostrai-nos uma saída. no momento de desorientação, dissipai as sombras que impedem a descoberta das nossas limitações e das nossas qualidade pessoais. Nós vos pedimos, Senhor: Quando tudo se confunde, vós, que sois o Caminho, manifestai o que em nós é oculto e reorganizai o nosso caos e dai solução para nosso caso. Vergados e trôpegos, tornai leve o que se fez pesada pena. O que em nós foi distorcido e aviltado, seja endireitado e sua pureza resgatada. Vós sois a vida, exorcizai o que em nós não foi compreendido ou malbaratado. Passivos e acomodados, abri nossos olhos para que contemplemos no firmamento vossas obras dançantes e na arte humana a manifestação da vossa glória pelos séculos. Nos momentos de angústia, desfigurai o que é grave e sério e sustentai o que é leve e frágil. Que a tristeza não nos aflija e a depressão não nos oprima, mas dêem lugar à alquimia de bons humores. Vós sois o sal que dá sabor à nossa existência. Do que for insosso recuperai os sabores. Nossos erros e falhas não leveis em conta. Nossas sendas tortuosas aplainai. A ternura e o amor nos ensinai. Plenificai-nos com sonhos salutares e promessas realizadas. Vós, que vos fizestes o Verbo encarnado, habitai a carne viva da história humana e regenerai-nos de nossos erros.

Evangelho do dia

Quinta-feira, 29 de outubro
30ª semana do Tempo Comum


Evangelho segundo S. Lucas 13,31-35.


Naquela altura aproximaram-se dele alguns fariseus, que lhe disseram: «Vai-te embora, sai daqui, porque Herodes quer matar-te.»
Respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Agora estou a expulsar demónios e a realizar curas, hoje e amanhã; ao terceiro dia, atinjo o meu termo.
Mas hoje, amanhã e depois devo seguir o meu caminho, porque não se admite que um profeta morra fora de Jerusalém.»
«Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados! Quantas vezes Eu quis juntar os teus filhos, como a galinha junta a sua ninhada debaixo das asas, e não quiseste!
Agora, ficará deserta a vossa casa. Eu vo-lo digo: Não me vereis até chegar o dia em que digais: Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor!»

Comentário


Jesus observou que sua mensagem e atuação despertaram acolhida em grande parte do povo e estruturas vigentes, mas viu também a rejeição em muitos corações e classes sociais. Aos poucos se converteu em uma pessoa conflitiva e perigosa. Teve que assumir, não só a cru­cificação final, mas também o poder de atuar com tranquilidade e paz, e ter que viver em permanente tensão. No entanto, nunca voltou atrás de suas palavras e atitudes. “Disse-lhes ele: Ide dizer a essa raposa: eis que expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e ao terceiro dia terminarei a minha vida.” Seguir Jesus é um caminho difícil, porém, o único para se chegar a Deus.

Perdão



Perdoar é um dos atos básicos da fé cristã, pois, a nossa entrada na vida que Jesus Cristo nos ofereceu, só foi possível porque recebemos perdão de nosso Deus e Pai. Ele nos perdoou, mediante a obra de seu Filho feita na cruz, em nosso favor. Amor e perdão sempre caminham juntos.

“Deus é amor”, é a mais formosa definição que a Bíblia apresenta. E a maior prova do seu amor para conosco foi perdoar todos os nossos pecados. Porque ele nos ama ele nos perdoou. Perdoar é um atributo de Deus.

Perdoar é um mandamento da Palavra de Deus. Não é um sentimento, nem depende de nossa vontade ou emoção. A Palavra declara: “sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo vos perdoou” (Efésios 4.32); “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, casa alguém tenha queixa contra outrem. Assim como o Senhor nos perdoou, assim também perdoai vós” (Colossenses 3.13).

Quando Deus nos perdoou, pôs um fim à situação desastrosa em que nós nos encontrávamos, pois, estávamos condenados à morte como conseqüência do nosso pecado de desobediência. Ele nos chamou para uma nova vida, onde o amor e o perdão sempre têm a sua máxima expressão. Perdoada a nossa ofensa, o relacionamento amoroso que nos une ao Pai Eterno foi restaurado. Diante desse ato de misericórdia e amor imerecido devemos, do mesmo modo, estender perdão a todo aquele que nos ofender. O perdão de Deus deve gerar em nosso coração o desejo de perdoar incondicionalmente, tal com ele fez conosco.

Perdoar significa deixar de considerar o outro com desprezo ou ressentimento. É ter compaixão, deixando de lado toda a idéia de vingar-se daquilo que foi feito ou pelas conseqüências que sofremos.

A base sobre a qual exercitamos o perdão

A base para o ato de perdoar é o completo e livre perdão que recebemos do Pai. Assim como ele nos perdoou, nós perdoamos. Como filhos de Deus o perdão que expressarmos, deve ser análogo ao seu perdão – “perdoando-vos uns aos outros como, também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Efésios 4.32), ensina o apóstolo. É inconcebível viver sob o perdão de Deus sem perdoar ao próximo.

Quando Jesus ensinou os seus discípulos a orar, ele colocou um pedido ao Pai: “perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado os nossos devedores” (Mateus 6.12). É esse espírito de perdão que deve permanecer em nós. Se o Pai, antecipadamente, nos perdoou, quando não éramos merecedores, em gratidão ao seu amor perdoador, nós devemos, também, perdoar aos que nos ofendem. O perdão deve uma característica do nosso viver cristão. Se o amor perdoador de Cristo foi sacrificial – ele se deu por nós -, da mesma forma o nosso amor deve se expressar dando-nos, em amor, por aquele que nos ofendeu.


Quando devemos perdoar ?

Há dois momentos, em especial, que o perdão deve se expressar:

. (1) – No momento em que fomos atingidos - injuriados, maltratados, ofendidos, perseguidos, etc. – O exemplo de Estevão mostra que ele perdoou no mesmo momento da agressão recebida (Atos 7.60) – “Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado”. Apedrejado até a morte, ele não pensou em si, pensou na situação dos agressores diante de Deus – perdoou-os e rogou por eles. Eis, aí manifesto o mais elevado e magnífico espírito cristão de perdão. Este primeiro mártir da fé cristã imitou o Senhor Jesus que orou na cruz: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34).

(2) – Quando aquele que ofendeu pede perdão – Devemos estar preparados para perdoar, tão logo nos for solicitado o perdão. Deve ser uma atitude imediata e sem guardar ressentimento algum. Isso se expressará mais fácil na medida em que amadurecemos em nossa vida espiritual. O perdão tem de ser um ato de nossa vontade disciplinada. Ele não é um sentimento, nem é facultativo. Ele resulta de colocar a nossa vontade sob a vontade de Deus.

Quantas vezes devemos perdoar

Essa foi a pergunta que Pedro fez a Jesus. A resposta do Senhor trouxe algo novo, demonstrando que já não estamos sob a Lei, estamos sobre a Graça de Deus. “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18.21,22). Se a Lei determina um número de vezes para perdoar, o Evangelho de Cristo não determina números, determina a aplicação do amor em grau infinito.

Condições para recebermos perdão

Perdoar para ser perdoado é o ensino de Jesus:

- “se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”. (Mateus 6.15).
- “Assim também meu Pai celeste vos fará, se no íntimo não perdoardes cada um ao seu irmão” (Mateus 18.35).
- “E, quando tiverdes orando, se tendes alguma cousa contra alguém, perdoai, para que o vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas” (Marcos 11.25)..

O perdão "a" nós mesmos

Muitas vezes, antes de podermos perdoar os outros, devemos perdoar a nós mesmos. Habitualmente somos mais duros conosco do que com os outros. Devemos recordar que Cristo nos perdoou. Mateus 22.39 nos ensina: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Precisamos sentir que ele nos ama e já nos perdoou. Para que isso ocorra, devemos lembrar a posição em que Deus já nos colocou: “nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Efésios 2.6). Precisamos nos ver como somos aos olhos de Deus e não segundo os nossos incorretos sentimentos. Em Cristo está a nossa vitória.

Valor do Perdão

Perdoar é essencial ao nosso bem estar interno e ao testemunho externo da igreja. Sem esta prática as daninhas ervas da amargura, do ódio e do ressentimento impedirão de que representemos ao mundo, integralmente, o caráter de Jesus o nosso Senhor e Salvador. Amém.

Se eu creio que Deus, que criou todas as coisas e que me criou, que pode tudo, me perdoa. Porque eu não me sinto perdoado?
Em resposta, entendi que: Se eu creio que Deus me perdoa, mas eu não me sinto perdoado, talvez seja por que: (Faça o seu Teste)

1) Não consegui crer na totalidade do perdão de Deus?

2) Ainda não entendi tamanha graça que foi derramada sobre minha vida quando Jesus derramou seu sangue na cruz do calvário?

3) Estou dando prioridade aos “dardos inflamados” (palavras) do maligno do que a Palavra Divina?

4) Existe alguma coisa na minha vida que está me impedindo de receber o perdão que já foi liberado pela fé em Jesus?

5) Não estou me considerando suficientemente “capaz” ou “merecedor” de receber tal perdão… Tal amor?

6) O pecado ou erro que cometi é retrógrado (reincidente)?

7) Estou dando mais importância ao erro (pecado) que cometi do que ao tamanho do amor que Deus tem por mim?

8 ) Não consegui entender o tamanho do amor de Deus, capaz de perdoar tamanha falha cometida?

o perdão


O Que Significa Perdoar?


José tinha apenas dezessete anos quando seus irmãos, friamente, venderam-no para a escravidão. Separado de sua família e do seu país, ele atingiu a posição de supervisor da casa de Potifar, seu senhor egípcio. Mas o desastre atingiu-o novamente. Ele recusou os avanços sexuais da esposa de Potifar e ela acusou-o falsamente de assediá-la. Ele foi posto na prisão, onde, mais uma vez, o Senhor estava com ele e se tornou o supervisor dos outros prisioneiros. José permaneceu nessa prisão pelo menos durante dois anos (Gênesis 37; 39).

Faraó, rei do Egito, teve um sonho e desejava sua interpretação. José foi capaz, pelo poder de Deus, de interpretar o sonho de Faraó e foi exaltado a uma posição de poder próxima à do próprio Faraó. Este fê-lo encarregado da armazenagem e da distribuição dos cereais em toda a terra do Egito. Foi depois disto que os irmãos de José vieram ao Egito para comprar cereais. Estava dentro do poder de José tomar vingança contra aqueles que tinham pecado contra ele tantos anos atrás. Contudo, a Bíblia nos conta que José experimentou seus irmãos e, tendo visto o arrependimento deles, recebeu-os com lágrimas e afeto (Gênesis 45:1-15). Ele os tinha perdoado por seu pecado.

Muitas pessoas não perdoariam, como José o fez. Não é fácil, freqüentemente, perdoar, e quanto maior a intimidade que temos com aquele que peca contra nós, mais difícil é perdoá-lo. As Escrituras nos ensinam, contudo, que a má vontade em perdoar os outros nos retira o perdão divino. Jesus ensinou: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas" (Mateus 6:14-15). Desde que todos os indivíduos responsáveis diante de Deus necessitam de perdão, é portanto indispensável que entendamos e pratiquemos o perdão.

O que é o Perdão?

A palavra grega traduzida como "perdoar" significa literalmente cancelar ou remir. Significa a liberação ou cancelamento de uma obrigação e foi algumas vezes usada no sentido de perdoar um débito financeiro. Para entendermos o significado desta palavra dentro do conceito bíblico de perdão, precisamos entender que o pecador é um devedor espiritual. Até Jesus usou esta linguagem figurativa quando ensinou aos discípulos como orar: "e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores" (Mateus 6:12). Uma pessoa se torna devedora quando transgride a lei de Deus (1 João 3:4). Cada pessoa que peca precisa suportar a culpa de sua própria transgressão (Ezequiel 18:4,20) e o justo castigo do pecado resultante (Romanos 6:23). Ele ocupa a posição de pecador aos olhos de Deus e perde sua comunhão com Deus (Isaías 59:1-2; 1 João 1:5-7).

A boa nova do evangelho é que Jesus pagou o preço por nossos pecados com sua morte na cruz. Quando aceitamos o convite para a salvação através de nossa obediência aos mandamentos de Deus, ele aceita a morte de Jesus como o pagamento de nossos pecados e nos livra da culpa por nossas transgressões. Não ficamos mais na posição de infratores da lei ou devedores diante de Deus. Somos perdoados!

O perdão, então, é um ato no qual o ofendido livra o ofensor do pecado, liberta-o da culpa pelo pecado. Este é o sentido pelo qual Deus “esquece” quando perdoa (Hebreus 8:12). Não que a memória de Deus seja fraca. Por exemplo, Deus lembrou-se do pecado de Davi a respeito de Bate-Seba e Urias muito tempo depois que Davi tinha sido perdoado (2 Samuel 12:13; 1 Reis 15:5). Ele liberta a pessoa perdoada da dívida do seu pecado, isto é, cessa de imputar a culpa desse pecado à pessoa perdoada (veja Romanos 4:7-8).


O Perdão é Condicional

É importante entender que o perdão de Deus é condicional. Deus perdoa livremente no sentido que ele não exige a morte do pecador que responde a seu convite de salvação, permitindo que a morte de Jesus pague a pena por seus pecados. Contudo, Deus exige fé, arrependimento, confissão de fé e batismo como condições para o perdão do pecador estranho (Marcos 16:16; Atos 2:37-38; 8:35-38; Romanos 10:9-10). O perdão é também condicional para o cristão que peca. O arrependimento, a mudança de pensamento, precisam ocorrer antes que o perdão divino seja estendido (Atos 8:22). Deus nos chama a perdoar assim como ele perdoa. Quando alguém peca contra mim, ele se torna um transgressor da lei de Cristo. Eu o considero um pecador. Se ele se arrepende e pede para ser perdoado, eu tenho que perdoá-lo, isto é, libertá-lo de sua culpa como transgressor. Quando eu o perdoo, não o considero mais um pecador. Posso não ser literalmente capaz de esquecer o pecado que ele cometeu mais do que Deus literalmente "esquece" nossos pecados, mas preciso deixar de atribuir a ele a culpa pelo seu pecado. Deste modo, eu o liberto de sua "dívida"”

E se o pecador não se arrepender? Tenho que perdoar aquele que peca contra mim, mas não se arrepende? Talvez esta pergunta seja melhor respondida pelas palavras de Jesus: "Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe" (Lucas 17:3-4). Jesus indicou que o perdão deveria ser estendido quando o pecador se arrepende e confessa seu pecado. Precisamos também lembrar que Deus sempre exige arrependimento como condição de divino perdão. Deus não exige de nós o que ele mesmo não está querendo fazer.

Perdão Não É . . .

De fato, se libertamos o pecador de sua culpa sem arrependimento, encorajamo-lo a continuar em seus modos destruidores. O perdão não é a desculpa pelo pecado. Algumas pessoas "esquecem," isto é, ignoram os pecados cometidos contra elas porque têm medo de enfrentar o pecador. Entretanto a Bíblia é bem explícita sobre o curso da ação a ser seguida quando um irmão peca contra mim (Lucas 17:3; Mateus 18:15-17). O perdão fala de misericórdia, mas não deverá ser confundido com a tolerância e permissão do pecado. O Senhor perdoará ou punirá o pecador, dependendo da reação do pecador ao evangelho, mas ele não tolera a iniquidade.

A Bíblia ensina que o direito de vingança pertence ao Senhor (Romanos 12:17-21). O perdão, contudo, não é simplesmente uma recusa a tirar vingança. Algumas vezes a pessoa ofendida abstém-se de responder ao mal com o mal, mas não está querendo libertar o pecador de sua condição de transgressor mesmo quando o pecador se arrepende. A pessoa contra quem se pecou pode querer usar o pecado como um cacete para castigar o pecador, mencionando-o de vez em quando para vergonha do pecador. Se perdoo meu irmão, tenho que "esquecer" seu pecado no sentido que não mais o atribuo a ele.

O perdão não é a remoção das consequências temporais de nosso pecado. O homem que assassina outro pode arrepender-se e procurar o perdão, mas ainda assim sofrerá o castigo temporal da lei humana. Mesmo se perdoado, pode ter que passar o resto de sua vida na prisão. O perdão remove as consequências eternas do pecado!

Como Posso Perdoar?

O pecado danifica as relações entre as pessoas como prejudica nossa relação com nosso Criador. A pessoa contra quem se pecou frequentemente se sente ferida, talvez irada pela injustiça do pecado cometido. O perdão é necessário para a cura espiritual da relação, mas precisamos preparar nossos corações para perdoar. Precisamos aceitar a injustiça do ferimento, a deslealdade do pecado, e ficarmos prontos para perdoar (observe os exemplos de Jesus e Estevão; Lucas 23:34; Atos 7:60). Mesmo se o pecador se recusar a se arrepender, não podemos continuar a nutrir a raiva, ou ela se tornará em ódio e amargura (veja Efésios 4:26-27,31-32). Ainda que o pecador possa manter sua posição como transgressor por causa de sua recusa a se arrepender, seu pecado não deverá dominar meu estado emocional.

E se o pecador se arrepender? Como posso aprender a perdoar? Jesus contou uma parábola sobre um servo que devia uma quantia enorme (10.000 talentos) ao seu rei (Mateus 18:23-35). Ele era incapaz de pagar a dívida e implorou ao rei por compaixão. O rei perdoou-o por sua enorme dívida, mas este servo prontamente saiu e encontrou um dos seus companheiros servos que devia a ele uma quantia relativamente pequena e exigiu pagamento, agarrando-o pelo pescoço. Ainda que o companheiro de servidão implorasse por compaixão, o credor entregou-o à prisão. Quando o rei foi informado dos atos de seu servo incompassivo, irou-se e reprovou este servo, entregando-o aos torturadores até que ele pagasse totalmente sua dívida. É claro que estamos representados na parábola pelo servo que tinha uma dívida enorme. Não há comparação entre as ofensas que temos cometido contra Deus e aquelas que têm sido cometidas contra nós. Jesus observou que, justo como no caso do servo não misericordioso, o Pai não nos perdoará por nossas infraçõe se não perdoarmos nossos companheiros (18:35; veja também Mateus 5:7).

Para nos prepararmos para perdoar, precisamos lembrar que nós mesmos somos pecadores e necessitados do perdão divino (Romanos 3:23). No caso do cristão, Deus já lhe perdoou uma imensa dívida no momento do batismo. Quando nos lembramos da grandeza da dívida que Deus quer nos perdoar, certamente podemos perdoar aqueles que nos devem muito menos em comparação (Efésios 4:32; Colossenses 3:13).

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Prefiro ser Feliz...


HÁ DIAS QUE PENSO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE SER FELIZ..... E A CONTRADIÇÃO DO SER HUMANO.


COMO AS PESSOAS PODEM DIZER.... FELICIDADE SÃO MOMENTOS SE CONDICIONAM ESSES MOMENTOS A RAZÃO?

HOJE ESTOU CONSIDERANDO QUE MUITAS VEZES A RAZÃO ESTÁ.... NA RAZÃO INVERSA DA FELICIDADE.... TUDO POR QUE CONVENCIONAMOS A RAZÃO NO ORGULHO, NA CONTRADITÓRIA MANIA DE SE DIZER QUE O AMOR A SI MESMO IMPEDE DE SERMOS INCONDICIONAIS.... UNIVERSAIS..... APEGADOS A CONCEITOS E ÉTICAS SOCIO-EMOCIONAIS..... AÍ A GENTE COMEÇA A SE TORNAR CONTRADITÓRIOS POR MEDO DE ASSUMIRMOS AS "LOUCURAS" QUE NOS FAZEM FELIZES, POR MEDO DA OPINIÃO DOS AMIGOS, DA REJEIÇÃO DOS AFETOS, PARA NÃO SERMOS JULGADOS DE TOLOS, POBREZINHOS, BURROS... PRA SER ACEITOS NOS TORNAMOS INIMIGOS DO NOSSA PRÓPRIA ESSÊNCIA POR PURA CONVENÇÃO DE CONCEITOS.

E A CABEÇA RODA EM PENSAR EM TANTA OPINIÃO.... EM TENTARMOS AGRADAR A TANTOS E NÃO A NÓS MESMOS....

PENSEI SOBRE TANTA COISA QUE APRENDI.... NA VERDADE NO QUE ACREDITO, MAS QUE MUITAS VEZES CALO NO INSTANTE EM QUE OUÇO MAIS O OUTRO.

PENSO... COMO PODEMOS PERDER TANTO TEMPO SE A VIDA É TÃO CURTA???

SEI QUE A VERDADEIRA FELICIDADE É A INTERNA, MAS TEM COISAS, PESSOAS, MOMENTOS, LUGARES..... QUE INTENSIFICAM ESSA SENSAÇÃO.... "COISAS" QUE QUIMICAMENTE FAZEM MEUS NÍVEIS DE SEROTONINA IREM LÁ EM CIMA, QUE RESOLVI DEIXAR QUE ACONTEÇAM EM MINHA VIDA.

SE FELICIDADE SÃO MOMENTOS.... QUERO CURTÍ-LOS.... COM ALEGRIA, INTENSIDADE, DESAPEGO E LIBERDADE!!!!

ENTÃO, QUERIDOS, PLAGIANDO MADRE TERESA:

.... AMAREI AS PESSOAS MESMO ELAS SENDO IRRACIONAIS, ILÓGICAS E EGOCÊNTRICAS.... INCONDICIONALMENTE.....

DAREI O MELHOR DE MIM.... MESMO QUE O OUTRO NÃO RECONHEÇA.... MESMO CORRENDO O RISCO DE ME MACHUCAR....

CONSTRUIREI CASTELOS..... MESMO QUE POSSAM SER DESTRUIDOS....

MESMO ASSIM.... FAREI TUDO O QUE ME FAÇA SENTIR REALMENTE FELIZ..... VERDADEIRAMENTE PLENO....

AFINAL DE CONTAS.... SEMPRE SERÁ ENTRE EU E DEUS

E NUNCA ENTRE EU E AS PESSOAS.

NÃO PERDEREI TEMPO ME JULGANDO OU JULGANDO OS OUTROS.... NUNCA, NEM EM TEMPO ALGUM, PERDEREI A OPORTUNIDADE DE AMAR E DE ME FAZER FELIZ!!!!

" SER FELIZ OU TER RAZÃO ? "

Para reflexão...



Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo e ela consultou no mapa antes de sair. Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado. Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber: - Se tinhas tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter insistido um pouco mais... E ela diz: - Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!

MORAL DA HISTÓRIA:

Esta pequena história foi contada por uma empresária, durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais frequência: 'Quero ser feliz ou ter razão?' Outro pensamento parecido, diz o seguinte: 'Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam. Passe este e-mail aos seus amigos, para ver se o mundo melhora... Eu já decidi... EU QUERO SER FELIZ e você?

"Nunca se justifique. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam. " SENSACIONAL!!!!!

Santo do dia

Comemorado em 27/10


B. Madre Maria Encarnación Rosal

1820 - fundadora - Maria quer dizer excelsa, sublime

Primeira guatemalteca a ser beatificada, Maria Encarnación foi a reformadora do Instituto das Irmãs Bethlemitas, fundada pelo bem-aventurado Pedro Betancourt. Nasceu em Quetzaltenango, Guatemala, aos 26 de outubro de 1820. Em 1838, ingressou no Mosteiro de Belém, do qual foi priora em 1855. Inspirada no lema Perca-se tudo, menos a caridade, procurava pautar a vida no amor, humildade, pobreza e na entrega generosa de si a Deus e ao próximo. Procurou reformar o Mosteiro de Belém, mas diante da resistência das irmãs adversas às mudanças, afastou-se e, inspirada no carisma de Pedro Betancourt, fundou um novo instituto na cidade natal, dedicado ao serviço dos necessitados, à educação das crianças e dos jovens, à promoção e assistência social. sua vida foi uma síntese de trabalho e contemplação, da m´sitica e da ação. Hoje o Instituto das Irmãs Bethlemitas está presente em cerca de 13 países. Foi beatificada por João Paulo II, no dia 4 de maio de 1997.


S. Frumêncio
séc. IV - bispo


Frumêncio viveu no século IV e foi o primeiro bispo católico a evangelizar a etiópia. Segundo S. Rufino, Frumêncio e Edésio viajavam com o filósofo Merópio de Tiro. Ao chegar na Etiópia, Merópio foi assassinado e o dois jovens escravizados pelos nativos da Costa da Somália. Conduzidos à corte de Axum, Frumêncio tornou-se secretário particular do monarca e, mais tarde, preceptor dos filhos do rei. Sua influência foi tal que obteve permissão para que fossem construídas igrejas na Etiópia. Conseguiu de S. Atanásio de Alexandria o envio de missionários àquele país, tendo ele próprio sido sagrado bispo da jovem igreja de Axum pelo próprio Atanásio, Os etíopes o chamavam de Abá Salama, que significa Portador de luz.

Oração da Luz que vem de Deus

Deus, nosso Pai, sois o Dia Eterno, a Luz de toda luz que não tem fim. Em Jesus vós tornastes a nossa claridade infinita, o Sol que ilumina do nascente ao poente nossas vidas. Quem vos segue tem a luz da vida e não anda nas trevas da inveja, da injustiça, do ódio e da vingança. Vós que dissestes: Faça-se a luz!, fazei brilhar nos corações aflitos e atribulados a luz do entendimento das coisas adversas. Num mundo tantas vezes ofuscado pelas trevas da violência que agride, fere e cega de cegueira mortal o humano coração, dai-nos a graça de sermos portadores da Luz. Por isso, Senhor, as nossas sombras dissipai. Os caminhos aclarai. À plenitude da vida conduzi-nos. Assim possamos participar já aqui, neste mundo, das promessas de uma terra sem maldades.

Evangelho do dia

27 de Outubro de 2009 - 30ª Semana do Tempo Comum


Lc 13,18-21

Jesus dizia ainda: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou na sua horta, e que cresceu até se fazer uma grande planta e as aves do céu vieram fazer ninhos nos seus ramos. Disse ainda: A que direi que é semelhante o Reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada.

Comentário

Para descobrir a ação de Deus no mundo de hoje, devemos vasculhar o mais profundo do nosso ser e captar sua presença em realidades pequenas e insignificantes. É como o “grão de mostarda”, uma semen­te muito pequena que cresce e se torna um exuberante arbusto. Ou como o “fermento”, que escondido dentro da massa, a faz crescer. Se você vive correndo, sem nunca parar para refletir e meditar, se não faz silêncio para purificar seu olhar, não captará nunca o segredo da vida. Deus seguirá atuando nas pessoas e nos pequenos acontecimentos da história e você não os perceberá. A sabedoria divina diz que devemos estar atentos aos sinais dos tempos.

Purgátorio - sua doutrina


Muitos me perguntam onde está na Bíblia o Purgatório? Ele é uma exigência da razão e mesmo da caridade de Deus por nós. A palavra “Purgatório” não existe na Bíblia, foi criada pela Igreja, mas a realidade, o “conceito doutrinário” deste estado de purificação existe amplamente na Sagrada Escritura como vamos ver. A Igreja não tem dúvida desta realidade por isso, desde o primeiro século reza pelo sufrágio das almas do Purgatório.


1 - São Gregório Magno (†604), Papa e doutor da Igreja, explicava o Purgatório a partir de uma palavra de Jesus: “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,31). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Dial. 41,3). O pecado contra o Espírito Santo, ou seja a pessoa que recusa de todas as maneiras os caminhos da salvação, não será perdoado nem neste mundo, nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, neste trecho, implicitamente, que há pecados que serão perdoados no mundo futuro, após a morte.

2 - O ensinamento sobre o Purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus do Antigo Testamento; cerca de 200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus. Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados. “Então encontraram debaixo da túnica de cada um dos mortos objetos consagrados aos ídolos de Jâmnia, coisas proibidas pela Lei dos judeus. Ficou assim evidente a todos que haviam tombado por aquele motivos… puseram-me em oração, implorando que o pecado cometido encontrasse completo perdão… Depois [Judas] ajuntou, numa coleta individual, cerca de duas mil dracmas de prata, que enviou a Jerusalém para que se oferecesse um sacrifício propiciatório. Com ação tão bela e nobre ele tinha em consideração a ressurreição, porque, se não cresse na ressurreição dos mortos, teria sido coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Além disso, considerava a magnífica recompensa que está reservada àqueles que adormecem com sentimentos de piedade. Santo e pio pensamento! Por isso, mandou oferecer o sacrifício expiatório, para que os mortos fossem absolvidos do pecado” (2Mc 12, 39-45).

O autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de Judas: “Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado”. (2 Mac 12, 44ss). Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé. Cometeram uma falta que não foi mortal.

Fica claro no texto de Macabeus que os judeus oravam pelos seus mortos e por eles ofereciam sacrifícios, e que os sacerdotes hebreus já naquele tempo aceitavam e ofereciam sacrifícios em expiação dos pecados dos falecidos e que esta prática estava apoiada sobre a crença na ressurreição dos mortos. E como o livro dos Macabeus pertence ao cânon dos livros inspirados, aqui também está uma base bíblica para a crença no Purgatório e para a oração em favor dos mortos.

3 - Com base nos ensinamentos de São Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do Purgatório. Em 1Cor 3,10, ele fala de pessoas que construíram sobre o fundamento que é Jesus Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo (palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e fervor, e outros com tibieza e relutância. E S. Paulo apresenta o juízo de Deus sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, o seu autor “receberá uma recompensa”; mas, se não resistir, o seu autor “sofrerá detrimento”, isto é, uma pena; que não será a condenação; pois o texto diz explicitamente que o trabalhador “se salvará, mas como que através do fogo”, isto é, com sofrimentos.

4 - Na passagem de Mc 3,29, também há uma imagem nítida do Purgatório: "Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (…) e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes.” (Lc 12,45-48). É uma referência clara ao que a Igreja chama de Purgatório. Após a morte, portanto, há um “estado” onde os “pouco fiéis” haverão de ser purificados.

5 - Outra passagem bíblica que dá margem a pensar no Purgatório é a de (Lc 12, 58-59): “Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo.”

O Senhor Jesus ensina que devemos sempre entrar “em acordo” com o próximo, pois caso contrário, ao fim da vida seremos entregues ao juiz (Deus), nos colocará na “prisão” (Purgatório); dali não sairemos até termos pago à justiça divina toda nossa dívida, “até o último centavo”. Mas um dia haveremos de sair. A condenação neste caso não é eterna. A mesma parábola está´ em Mt 5, 22-26: “Assume logo uma atitude reconciliadora com o teu adversário, enquanto estás a caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão. Em verdade te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo” . A chave deste ensinamento se encontra na conclusão deste discurso de Jesus: “serás lançado na prisão”, e dali não se sai “enquanto não pagar o último centavo”.

6 - A Passagem de São Pedro 1Pd 3, 18-19; 4,6, indica-nos também a realidade do Purgatório:”Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados (…) padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (…).” Nesta “prisão” ou “limbo” dos antepassados, onde os espíritos dos antigos estavam presos, e onde Jesus Cristo foi pregar durante o Sábado Santo, a Igreja viu uma figura do Purgatório. O texto indica que Cristo foi pregar “àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”. Temos, portanto, um “estado” onde as almas dos antepassados aguardavam a salvação. Não é um lugar de tormento eterno, mas também não é um lugar de alegria eterna na presença de Deus, não é o céu. È um “lugar” onde os espíritos aguardavam a salvação e purificação comunicada pelo próprio Cristo.

Do livro: Purgatório. O que a Igreja ensina.

Prof. Felipe Aquino

www.cleofas.com.br

Papa reafirma que só Igreja Católica pode interpretar a Bíblia


VATICANO - O Papa Bento XVI reiterou com firmeza, em um encontro com estudantes e professores do Pontifício Instituto Bíblico, que apenas a Igreja Católica pode interpretar "autenticamente" a Bíblia.


"À Igreja é destinado o trabalho de interpretar autenticamente a palavra de Deus escrita e transmitida, exercitando a sua autoridade em nome de Jesus Cristo", defendeu o papa, ao se reunir com cerca de 400 estudantes, funcionários e docentes em comemoração aos cem anos da fundação da entidade pontifícia.

Bento XVI também destacou que, sem a fé e a tradição da Igreja, a Bíblia torna-se um livro "lacrado".

"Se as exegeses querem ser também teologia, é preciso reconhecer que a fé da Igreja é aquela forma de simpatia, sem a qual a Bíblia torna-se um livro selado: a tradição não fecha o acesso à Escritura, mas, sobretudo, o abre", disse.

De acordo com o pontífice, "por outro lado, é da Igreja, nos seus organismos institucionais, a palavra decisiva na interpretação da Escritura", sendo esta "uma única coisa a partir de um único povo de Deus, que tem sido seu portador através da história".

"Ler a Escritura com união significa lê-la a partir da Igreja como seu lugar vital e acreditar na fé da Igreja como a verdadeira chave da interpretação", explicou Bento XVI.

O papa relembrou também que o aumento do interesse pelo livro sagrado católico no decorrer deste século ocorreu graças ao Concílio Vaticano II, especificamente à constituição dogmática Dei Verbum sobre a Revelação Divina.

Entre os presentes na reunião estavam o prefeito da Congregação para a Educação Católica, cardeal Zenon Grocholewski, e o padre Adolfo Nicolás Pachón, da Companhia de Jesus.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Novo documento da Santa Sé contra os abusos na Missa

O Cardeal Cañizares entregou ao Papa, no dia 21 de outubro, uma cópia em latim do documento Compendium Eucharisticum, para ajudar os sacerdotes, ao redor do mundo, a celebrar mais piedosamente a Santa Missa.

Trata-se de uma coleção de materiais de estudo, orações e meditações, com o fim de que se promova um adequado culto litúrgico, impedindo os abusos na Missa. Desta vez, entretanto, ao invés de listar os erros e condená-los, são propostas reflexões que, se tomadas a sério, induzem a uma mentalidade mais coerente com o mistério celebrado, com a sacralidade que aquelas normas tanto pretendem resgatar.

No compêndio, fala-se das duas formas, igualmente dignas, do rito romano, e são transcritos os Ordinários da Missa, em latim, nessas mesmas duas formas. Também o Ofício da Solenidade de Corpus Christi, nas duas formas, em latim, é anexado, além de Missas votivas da Eucaristia, hinos e cânticos gregorianos, ladainhas, e o Rito da Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento.

As preces antes e depois da Missa, e as orações ao vestir os paramentos também estão lá, bem como excertos do Decreto sobre a Eucaristia do Concílio Ecumênico de Trento, da Imitação de Cristo, do Código de Direito Canônico, do Código de Cânones das Igrejas Orientais, e do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. Igualmente, comentários sobre as quatro orações eucarísticas da forma ordinária estão presentes.


Tomara que os padres brasileiros leiam e, os que ainda não fazem, passem a celebrar com a dignidade que requer não uma festa profana, tampouco uma mera reunião religiosa, mas o Santo Sacrifício da Missa, que torna a Cruz real e substancialmente presente sobre o altar. Que o latim seja valorizado, bem como toda a nossa rica tradição, e que a forma extraordinária seja disseminada na Terra de Santa Cruz, ao lado de uma forma ordinária cada vez mais fiel às rubricas.


Vaticano inicia dialogo com integristas

CIDADE DO VATICANO, Santa Sé (AFP) - O Vaticano inicia na segunda-feira um diálogo doutrinal com os integristas da Fraternidade São Pio X, fundada pelo arcebispo francês Marcel Lefebvre que foi excomungado em 1988, com o objetivo de superar o mais reciente cisma na Igreja Católica.
A iniciativa pode durar meses, levando em consideração as enormes divergências entre os dois lados.
        Os integristas seguidores de Lefebvre não aceitam as mudanças consagradas no concílio Vaticano II sobre a liberdade religiosa, o ecumenismo e a autoridad do Papa.
       O conteúdo dos debates não foi divulgado, mas um comunicado deve ser publicado ao fim da primeira sessão, que tem como meta estabelecer os pontos essenciais das conversações e o calendário das discussões.
       Em 1988, Joseph Ratzinger (futuro Papa Bento XVI), que era o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, negociou até o último momento para evitar que quatro bispos fossem consagrados por Lefebvre, o que provocou de fato a ruptura.
       Bento XVI já adotou vários gestos de abertura em relação aos integristas, o que provocou tensão dentro da própria Igreja Católica.
      Em 2007 publicou um decreto que facilita a celebração da missa em latim, uma das reivindicações dos integristas.
          Mas o gesto mais importante veio em janeiro passado, quando suspendeu a excomunhão de quatro bispos ordenados por Lefebvre, incluindo Richard Williams, que nega o genocídio dos judeus na II Guerra Mundial, o que provocou uma enorme polêmica.

A soberba do Homem e a graça de Deus. (Lúcia Silveira)


A soberba derrubou o homem. Só a humildade pôde levantá-lo e restabelecê-lo em graça com Deus. Seu mérito não está no que ele sabe, senão no que ele faz. A ciência sem as obras não o justifica no tribunal supremo, antes agravará sua sentença.


Não deixa a ciência de ter suas vantagens, pois que vem de Deus; mas esconde um grande laço e uma grande tentação: "A ciência incha, diz São Paulo; ela alimenta a soberba, inspira uma secreta preferência de si próprio, preferência criminosa e, ao mesmo tempo, louca, porque a mais vasta ciência não é a mais que um outro gênero de ignorância, e a verdadeira perfeição consiste unicamente nas disposições do coração.

Não esqueçamos nunca que somos nada e nada possuímos em próprio senão o pecado, que a justiça quer nos abaixemos entre todas as criaturas, e que, no reino de Jesus Cristo, "os primeiros são os últimos e os últimos serão os primeiros" (Mt 19, 30).

Oração:


Ó! meu Deus, quantas vezes amigo de mim e esquecido de vós, me esvaeço como os fumos do mundo! Dai-me, Senhor, o verdadeiro espírito de humildade, a fim de que, sendo no mundo o último dos homens, possa entrar com os primeiros no reino de vosso divino Filho no Céu. Amém.

sábado, 24 de outubro de 2009

24 de Outubro de 2009 29ª Semana do Tempo Comum

Lc 13,1-9

Neste mesmo tempo contavam alguns o que tinha acontecido a certos galileus, cujo sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios. Jesus toma a palavra e lhes pergunta: Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo. Ou cuidais que aqueles dezoito homens, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, foram mais culpados do que todos os demais habitantes de Jerusalém? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo. Disse-lhes também esta comparação: Um homem havia plantado uma figueira na sua vinha, e, indo buscar fruto, não o achou. Disse ao viticultor: - Eis que três anos há que venho procurando fruto nesta figueira e não o acho. Corta-a; para que ainda ocupa inutilmente o terreno? Mas o viticultor respondeu: - Senhor, deixa-a ainda este ano; eu lhe cavarei em redor e lhe deitarei adubo. Talvez depois disto dê frutos. Caso contrário, cortá-la-ás.
Comentário

A parábola da figueira estéril é muito clara: para que serve uma figueira que não dá figos? Por que ela tem que ocupar um terreno inutil­mente? Para que serve a fé cristã se não produz frutos? De que serve o Cristianismo se não transmitir a luz e a força de Cristo? No entanto, a figueira não é destruída. Recebe ainda um tratamento mais cuidadoso. O encarregado do terreno continuará esperando seus frutos. Assim é nosso Deus: continua esperando que nossa vida não seja estéril e dê frutos. E esperará sempre. Cuidará de nós incansavelmente, pois não nos cortará. Deus quer vida e não morte, novas sementes e novos frutos para que ele siga sua obra.
S. Antônio Maria Claret


Comemorado em 24/10

1807 - 1870 - bispo e fundador - Antônio quer dizer aquele que vai à frente
Natural de Sallent (Barcelona), Antônio Maria Claret abandonou aos 22 anos o ofício de tecelão para se dedicar inteiramente à propagação do reino de Deus. Jovem sacerdote, durante 7 anos, percorreu, a pé, a Catalunha inteira propagando a fé em Deus. Depois foi para Barcelona e fundou a editora Livraria Religiosa, que inundou a Espanha com livros e folhetos religiosos. Sua obra missionária não terminou ali; em 16 de julho de 1849, fundou a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, foi sagrado arcebispo de Cuba e metropolita de Porto Rico. Em 1857, tornou-se o confessor de Isabel II, empenhando-se em favor da Igreja espanhola. Por ocasião da sua beatificação, em 1934, Pio XI resumiu sua vida, dizendo que Claret foi um apóstolo incansável, um organizador moderno e o grande precursor da Ação Católica. Além de escritor fecundo, compreendeu o imenso valor da imprensa, procurando sempre, sem medir sacrifícios, inová-la com a utilização de máquinas cada vez mais modernas. Foi um entusiasta das grandes tiragens, da difusão em larga escala de opúsculos, folhetos, panfletos...; queria que a imprensa chegasse a todo lugar e a todas as pessoas.

Foi canonizado no dia 7 de maio de 1950. Sua obra permanece hoje nos Missionários Claretianos em cerca de 56 países. Dedicam-se à evangelização pelos meios de comunicação social (rádios, televisão, editoras, gráficas, livrarias, multimídia); à pastoral direta com o povo (paróquias, catequese, missões); à educação (escolas, colégios, seminários e faculdades); à promoção humana (creches, centros sociais, centros de juventude). No Brasil, a obra claretiana teve início em 1895, com a chegada de 10 missionários a São Paulo, de onde se difundiu rapidamente por diversos estados.

Oração da proteção contra toda espécie de violência
Ó glorioso Santo Antônio Maria Claret
vós que em vida sofrestes
tantos tipos de violência e perseguições,
como atentados, assaltos e ameaças de morte,
mas que, pela vossa fé e confiança em Deus,
e no Imaculado Coração de Maria,
todas as vezes vos livrastes desses males,
intercedei por mim
e livrai-me do perigo de ser assaltado,
roubado ou seqüestrado.
Afastai de mim e de minha família
toda espécie de violência física e moral.
Amém.
(Rezar um pai-nosso por todas as pessoas que se encontrarem em perigo ou nas mãos de malfeitores).

Cerca 400 mil Anglicanos descontentes com Cantebury solicitam "união plena" com Roma.

Por Forum Libertas

Tradução: Carlos Martins Nabeto

Fonte: http://www.apologeticacatolica.org/

A Comunhão Tradicional Anglicana (TAC), com centenas de paróquias em todo o mundo, poderá "retornar a Roma" em bloco. Porém, sob qual fórmula?

Mulheres-sacerdotisas, caos doutrinário, bispos ativistas homossexuais, ideologia de gênero, desprezo da liturgia... Muitos anglicanos se cansaram da desordem na Comunhão Anglicana e organizaram suas próprias congregações independentes de Canterbury. Uma destas é a Comunhão Tradicional Anglicana (TAC), que escreveu uma carta a Roma, "buscando a união plena, corporal e sacramental". O que decidirá Bento XVI?

A TAC expediu o seguinte comunicado à imprensa e em sua página na Internet (http://www.acahome.org/tac/index.htm):

"O Colégio dos Bispos da Comunhão Tradicional Anglicana-TAC, reuniu-se em Sessão Plenária em Portsmouth, Inglaterra, na primeira semana de outubro de 2007. Os Bispos e Vigários Gerais unanimemente acordaram o texto de uma carta à Sé Romana buscando a união plena, corporal e sacramental. A carta foi assinada solenemente por todo o Colégio e confiada ao Primaz e a dois Bispos eleitos pelo Colégio, para que seja apresentada na Santa Sé. A carta foi cordialmente recebida pela Congregação para a Doutrina da Fé. O Primaz da TAC determinou que nenhum membro do Colégio concederá entrevistas até que a Santa Sé tenha apreciado a carta e haja uma resposta".

O Primaz a que se refere o texto é John Hepworth, australiano, Arcebispo da Igreja Católica Anglicana da Austrália, uma denominação anglicana fora da comunhão com a Sé de Canterbury. Na Austrália, conta apenas com 25 paróquias. Porém, como Primaz da TAC, ao entregar em Roma a carta que solicita a união plena, tem em suas mãos o destino espiritual de 400 mil fiéis anglicanos tradicionais em todo o mundo. Agora a bola está nas mãos da Santa Sé, que pode levar algum tempo... Talvez muito tempo

QUEM É A COMUNHÃO TRADICIONAL ANGLICANA-TAC?

Trata-se de um conjunto de igrejas de tradição anglicana que rejeitou fazer parte da Comunhão Anglicana por diversos motivos doutrinários, sobretudo a ordenação de mulheres (primeiro como sacerdotisas e, posteriormente, como bispas - o que é mais grave por razões organizacionais). Um fiel da tradição apostólica pode evitar comparecer a uma celebração religiosa presidida por uma sacerdotisa, porém... como saberá se tal ou qual sacerdote foi "ordenado" por uma "bispa" e, portanto, se são verdadeiros e eficazes os sacramentos que recebe?

A Comunhão Anglicana Tradicional (TAC) afirma possuir cerca de 400 mil fiéis. Se viessem em bloco à plena comunhão com Roma, seria o maior "retorno à casa" de protestantes desde o surgimento do Protestantismo no século XVI. As igrejas integradas a esta comunhão são:

•A Igreja Anglicana na América (95 paróquias, 4 dioceses nos Estados Unidos, 1 diocese em Porto Rico e 1 diocese na Nicarágua, na América Central).

•A Igreja Católica Anglicana do Canadá (43 paróquias no Canadá).

•A Igreja Anglicana na África do Sul de Rito Tradicional (31 paróquias e 21 missões no sul da África).

•A Igreja Católica Anglicana da Austrália (25 paróquias na Austrália, 1 na Nova Zelândia e 4 bispos).

•A Igreja Anglicana Tradicional da Inglaterra (22 paróquias no Reino Unido)

•A Igreja do Estreito de Torres (16 paróquias no Estreito de Torres, entre a Papua, no norte da Austrália e as ilhas da região; 3 bispos e 14 sacerdotes).

•A Igreja da Irlanda de Rito Tradicional (3 comunidades em 3 condados da Irlanda).

E além destas, também:

•2 igrejas na África (a Igreja de Umzi Wase Tiyopia e a Igreja Anglicana Continuada da Zâmbia)

•3 igrejas na Ásia (a Igreja Anglicana da Índia, a Igreja Ortodoxa do Paquistão e a "Nippon Kirisuto Sei Ko Kai" no Japão, cujo número de paróquias não se encontra especificado na págida Web da Comunhão Anglicana Tradicional (http://www.acahome.org/tac/members/members.htm), sabendo-se porém que na Índia e na África podem possuir muitos fiéis.

A parábola do filho pródigo e a da ovelha perdida ensinam aos cristãos a alegrarem-se pelo retorno à casa de uma única ovelha, de um único filho. O que significaria, então, para a Igreja Católica a acolhida e pleno retorno de todas estas comunidades?

Não se trata de "apenas" 400 mil fiéis, o que já é grande número. Mas também uma quantidade importante de clérigos e pastores com experiência e fervor, comunidades já provadas, tanto na descristianizada Europa como no Terceiro Mundo, com impacto missionário, doutrina ortodoxa, devoção, ética pró-vida e pró-família, amor à Bíblia e à liturgia e uma dimensão multi-étnica e multi-cultural. Sem este perfil "robusto", teriam permanecido com Canterbury.

Porém, o que é mais importante: ao buscar Roma, marca-se um caminho que deve ser seguido por milhares de outros cristãos de tradição anglicana, descontestes com os desvios antibíblicos do Anglicanismo "de gênero" e pró-homossexualista.

TODOS OS CAMINHOS LEVAM A ROMA: POR EXEMPLO, ESTES TRÊS

Existem 3 caminhos pelos quais centenas de milhares de anglicanos podem retornar à plena união com a Sé de Pedro:

1.1) O Caminho da Própria Vida: um cristão anglicano (de qualquer ramo) se cansa do caos doutrinário do Anglicanismo e "volta a Roma". Procura uma paróquia católica e se submete a um curso de iniciação (em geral, nos países anglófonos, a "Iniciação Católica para Adultos"). É um passo individual, às vezes acompanhado por toda a família. Se é um sacerdote (casado ou não), pode pedir para que se lhe reconheçam ou se lhe confiram as ordens. Cada caso é um caso. Há uma freqüência constante destes casos todos os anos.

2.2) Outra situação: toda uma denominação anglicana que, porém, não se encontra na Comunhão Anglicana, solicita a plena comunhão com Roma. É o caso que estamos vendo ocorrer com a Comunhão Anglicana Tradicional (TAC): todo um bloco de igrejas anglicanas, que há anos romperam com Canterbury, pedem comunhão com Roma. Há muitas igrejas nesta situação de "Anglicanismo sem Canterbury". Na Internet, em AnglicansOnLine.org, existe uma lista que inclui, além da TAC, outras 60 denominações anglicanas "sem comunhão com Canterbury" (ver, p.ex.: http://anglicansonline.org/communion/nic.html). Apenas nos Estados Unidos e Canadá, as chamadas igrejas anglicanas "continuadas" (ver http://en.wikipedia.org/wiki/Continuing_Anglican_Movement) somam mais de 650 paróquias. Se Roma acolher ao pedido da TAC é bem possível que algumas outras igrejas na mesma situação sejam atraídas.

3.3) Terceira possibilidade: grupos inteiros de anglicanos "ainda em comunhão com Canterbury" deixam a Comunhão Anglicana e voltam a Roma. São grupos anglocatólicos ou anglicanos tradicionais que durante décadas têm tentado obter algum espaço na Comunhão Anglicana, ou seja, para que pudessem ter suas próprias jurisdições sem mulheres bispas, pudessem fazer as coisas "à sua maneira" nas paróquias, se proibisse a ordenação de militantes homossexuais etc. Estre estes, instituições internacionais como "Forward in Faith" (http://www.forwardinfaith.com/), com 800 paróquias em todo o mundo, segundo suas estimativas de 2005. [Tais grupos] olharão para Roma mais ou menos segundo a margem de manobra que o anglicanismo liberal (tal como o "Affirming Catholicism", grupo este que, apesar de se apresentar como anglocatólicos, é favorável a mulheres bispas e bispos homossexuais) lhes permitir.

Em 2005, estimava-se em cerca de 4,2 milhões de católicos na Inglaterra e Gales contra 25 milhões de batizados anglicanos (dos quais apenas 1,7 milhão comparecem aos cultos dominicais anglicanos). Porém um forte fluxo imigratório tem ocorrido nos últimos anos. O vigário para os católicos polacos afirmou para o periódico "The Times" que estimava em cerca de 600 mil polacos (católicos, obviamente!) no Reino Unido, metade deles recém-chegados. A imigração está alterando o mapa religioso do país.

Além disso, tem aumentado o número de conversões do Anglicanismo para o Catolicismo desde que se iniciou [pela Igreja Anglicana] a ordenação de mulheres: Graham Leonard, ex-bispo anglicano de Londres, se converteu ao Catolicismo com sua esposa em 1995. Conversões recentes são também as dos ex-ministros britânicos John Gummer e Ann Widdecombe. Há algumas semanas foram recebidos na Igreja Católica Anita Henderson (esposa do bispo anglicano-irlandês de Tuam-Killala) [e Tony Blair (ex-primeiro-ministro da Inglaterra)].

UMA POSSIBILIDADE: O "USO ANGLICANO" NA IGREJA CATÓLICA

Em finais da década de 1970, um grupo de clérigos episcopalianos (=anglicanos dos Estados Unidos) pediram ao papa Paulo VI que fossem admitidos como sacerdotes católicos. Porém, eram casados e tinham filhos. Não houve resposta até 1980, quando João Paulo II estabeleceu um procedimento para que os clérigos episcopalianos casados, com família constituída, fossem ordenados sacerdotes católicos. De 1983 para cá, cerca de 75 clérigos episcopalianos casados foram ordenados sacerdotes católicos nos Estados Unidos.

No Reino Unido, desde 1990, cerca de 600 clérigos anglicanos foram ordenados como sacerdotes católicos, dos quais 150 eram casados, segundo um artigo de Dwight Longenecker publicado na CrisisMagazine.com (http://www.crisismagazine.com/june2007/longenecker.htm); o próprio articulista, aliás, era um pai de família, ex-ministro anglicano e atualmente sacerdote católico.

A Igreja Católica não admite que a ordem sacerdotal recebida por um clérigo anglicano/episcopalino seja verdadeiramente ordem sacerdotal. Falta-lhe a constância, pelo menos. Porém, suas atividades e experiências como clérigos anglicanos/episcopalianos são tão próximas das do Catolicismo que resultam em candidatos muito aceitáveis para serem ordenados sacerdotes católicos.
Nos Estados Unidos rege, desde 1980, a "Provisão Pastoral" de João Paulo II, que estabelece o "uso anglicano" dentro da Igreja Católica de Rito Latino. Apenas sete paróquias americanas a utilizam. Em geral, são comunidades que passaram do Anglicanismo para o Catolicismo, permitindo-lhes manter a liturgia ao estilo anglicano antigo: a Missa é oficiada pelo sacerdote olhando para o altar, comunga-se de joelhos e, no mais, se assemelha a uma Missa do século XVI (porém, em inglês e não em latim).

O último caso registrado foi o da Sociendade São Tomás Moro, em Scranton, Pennsylvânia: vinte famílias episcopalianas que se tornaram católicas e mais seu pastor episcopaliano, o qual foi ordenado sacerdote católico (o padre Eric Bergman). A Missa segue o "uso anglicano" na Paróquia Católica de Santa Clara.
Em novembro de 2006, o Arcebispo Myers (como delegado dos Bispos católicos norte-americanos) e a Sociedade do Uso Anglicano (http://anglicanuse.org/; que visa promover o "uso anglicano"), se reuniram e trataram das possibilidades de se potencializar este uso. Por um lado, ajudará ao clero episcopaliano que quer se tornar católico (um clero que muitas vezes é casado e tem filhos, o que implica despesas financeiras); por outro lado, se pede para que o clero provindo do Episcopalianismo seja ordenado para "o uso anglicano", mesmo quando não chega acompanhado por um grupo de fiéis anglicanos, convertidos juntamente com ele.
A Sociedade do Uso Anglicano acredita que os fiéis chegarão. E que os sacerdotes também. Muitos anglicanos e episcopalianos que olham no sentido de Roma querem fugir do liberalismo moral, da má liturgia, do fideísmo... Procuram a beleza - o que encontram no luxuoso "uso anglicano", mais do que na missa nova pós-Vaticano II. Sentiriam-se melhor se pudessem manter a liturgia anglicana quando "retornassem a Roma".

O que acontecerá com todas essas paróquia da TAC que solicitam agora a comunhão com Roma? Lhes será exigido que abandonem suas liturgias anglicanas? Não poderia ser adaptada tanto para a Austrália quanto para a Índia, África do Sul etc. a mesma provisão que rege o uso anglicano nos Estados Unidos?

Com mais de 60 denominações anglicanas desvinculadas de Canterbury e com centenas de paróquias ainda ligadas a Canterbury, porém cada vez mais descontentes, o uso anglicano seria uma opção de ponte.
Bento XVI e o Vaticano têm demonstrado serem capazes de tratar com grupos tradicionalistas católicos, que têm voltado à união com a Sé de Pedro. Provavelmente, então, veremos nos próximos anos muitas comunidades anglicanas encontrarem o seu lugar dentro da Igreja Católica.
E, por meio delas, vale a pena olhar para o restante do mundo protestante. Muitos evangélicos pró-vida e pró-família há anos enxergam Roma como aliada e não como inimiga. Também existem pontes ecumênicas importantes no mundo como a experiência carismática católica e a protestante, as iniciativas de evangelização conjunta, ou do trabalho social contra a pobreza. À medida que a incerteza teológica divide os protestantes em liberais e conservadores, em um Cristianismo fracionado, Roma aparece cada vez mais como a aposta mais clara do desejo de Jesus: "Pai, que todos sejam um".

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Discurso do Santo Padre Bento XVI aos Bispos do Regional NE II em Visita "Ad Limina"

Venerados Irmãos no Episcopado,


Como o apóstolo Paulo nos primórdios da Igreja, viestes, amados Pastores das províncias eclesiásticas de Olinda e Recife, Paraíba, Maceió e Natal, visitar Pedro (cf. Gal 1, 18). Acolho e saúdo com afeto cada um de vós, a começar por Dom Antônio, Arcebispo de Maceió, a quem agradeço os sentimentos que manifestou em nome de todos fazendo-se intérprete também das alegrias, dificuldades e esperanças do povo de Deus peregrino no Regional Nordeste 2 [dois]. Na pessoa de cada um de vós, abraço os presbíteros e os fiéis das vossas comunidades diocesanas.

Nos seus fiéis e nos seus ministros, a Igreja é sobre a Terra a comunidade sacerdotal organicamente estruturada como Corpo de Cristo, para desempenhar eficazmente, unida à sua Cabeça, a sua missão histórica de salvação. Assim no-lo ensina São Paulo: «Vós sois Corpo de Cristo e seus membros, cada um na parte que lhe toca» (1 Cor 12, 27). Com efeito, os membros não têm todos a mesma função: é isto que constitui a beleza e a vida do corpo (cf. 1 Cor 12, 14-17). É na diversidade essencial entre sacerdócio ministerial e sacerdócio comum que se entende a identidade específica dos fiéis ordenados e leigos. Por essa razão é necessário evitar a secularização dos sacerdotes e a clericalização dos leigos. Nessa perspectiva, portanto, os fiéis leigos devem empenhar-se em exprimir na realidade, inclusive através do empenho político, a visão antropológica cristã e a doutrina social da Igreja. Diversamente, os sacerdotes devem permanecer afastados de um engajamento pessoal na política, a fim de favorecerem a unidade e a comunhão de todos os fiéis e assim poderem ser uma referência para todos. É importante fazer crescer esta consciência nos sacerdotes, religiosos e fiéis leigos, encorajando e vigiando para que cada um possa sentir-se motivado a agir segundo o seu próprio estado.

O aprofundamento harmônico, correto e claro da relação entre sacerdócio comum e ministerial constitui atualmente um dos pontos mais delicados do ser e da vida da Igreja. É que o número exíguo de presbíteros poderia levar as comunidades a resignarem-se a esta carência, talvez consolando-se com o fato de a mesma evidenciar melhor o papel dos fiéis leigos. Mas, não é a falta de presbíteros que justifica uma participação mais ativa e numerosa dos leigos. Na realidade, quanto mais os fiéis se tornam conscientes das suas responsabilidades na Igreja, tanto mais sobressaem a identidade específica e o papel insubstituível do sacerdote como pastor do conjunto da comunidade, como testemunha da autenticidade da fé e dispensador, em nome de Cristo-Cabeça, dos mistérios da salvação.

Sabemos que «a missão de salvação, confiada pelo Pai a seu Filho encarnado, é confiada aos Apóstolos e, por eles, aos seus sucessores; eles recebem o Espírito de Jesus para agirem em seu nome e na sua pessoa. Assim, o ministro ordenado é o laço sacramental que une a ação litúrgica àquilo que disseram e fizeram os Apóstolos e, por eles, ao que disse e fez o próprio Cristo, fonte e fundamento dos sacramentos» (Catecismo da Igreja Católica, n. 1120). Por isso, a função do presbítero é essencial e insubstituível para o anúncio da Palavra e a celebração dos Sacramentos, sobretudo da Eucaristia, memorial do Sacrifício supremo de Cristo, que dá o seu Corpo e o seu Sangue. Por isso urge pedir ao Senhor que envie operários à sua Messe; além disso, é preciso que os sacerdotes manifestem a alegria da fidelidade à própria identidade com o entusiasmo da missão.

Amados Irmãos, tenho a certeza de que, na vossa solicitude pastoral e na vossa prudência, procurais com particular atenção assegurar às comunidades das vossas dioceses a presença de um ministro ordenado. Na situação atual em que muitos de vós sois obrigados a organizar a vida eclesial com poucos presbíteros, é importante evitar que uma tal situação seja considerada normal ou típica do futuro. Como lembrei ao primeiro grupo de Bispos brasileiros na semana passada, deveis concentrar esforços para despertar novas vocações sacerdotais e encontrar os pastores indispensáveis às vossas dioceses, ajudando-vos mutuamente para que todos disponham de presbíteros melhor formados e mais numerosos para sustentar a vida de fé e a missão apostólica dos fiéis.

Por outro lado, também aqueles que receberam as Ordens sacras são chamados a viver com coerência e em plenitude a graça e os compromissos do batismo, isto é, a oferecerem-se a si mesmos e toda sua vida em união com a oblação de Cristo. A celebração quotidiana do Sacrifício do Altar e a oração diária da Liturgia das Horas devem ser sempre acompanhadas pelo testemunho de toda existência que se faz dom a Deus e aos outros e torna-se assim orientação para os fiéis.

Ao longo dos meses que estão decorrendo, a Igreja tem diante dos olhos o exemplo do Santo Cura d’Ars, que convidava os fiéis a unirem suas vidas ao Sacrifício de Cristo e oferecia-se a si mesmo, exclamando: «Como faz bem um padre oferecer-se em sacrifício a Deus todas as manhãs!» (Le Curé d’Ars. Sa pensée – son cœur, coord. Bernard Nodet, 1966, pág. 104). Ele continua sendo um modelo atual para os vossos presbíteros, expressamente na vivência do celibato como exigência do dom total de si mesmos, expressão daquela caridade pastoral que o Concílio Vaticano II [segundo] apresenta como centro unificador do ser e do agir sacerdotal. Quase contemporaneamente vivia no vosso amado Brasil, em São Paulo, Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, que tive a alegria de canonizar a 11 [onze] de maio de 2007 [dois mil e sete]: também ele deixou um «testemunho de fervoroso adorador da Eucaristia (…), [vivendo] em laus perene, em atitude constante de oração» (Homilia na sua canonização, n. 2). Deste modo ambos procuraram imitar Jesus Cristo, fazendo-se cada um deles não só sacerdote, mas também vítima e oblação como Jesus.

Amados Irmãos no Episcopado, já se manifestam numerosos sinais de esperança para o futuro das vossas Igrejas particulares, um futuro que Deus está preparando através do zelo e da fidelidade com que exerceis o vosso ministério episcopal. Quero certificar-vos do meu apoio fraterno ao mesmo tempo que peço as vossas orações para que me seja concedido confirmar a todos na fé apostólica (cf. Lc 22, 32). A bem-aventurada Virgem Maria interceda por todo o povo de Deus no Brasil, para que pastores e fiéis possam, com coragem e alegria, «anunciar abertamente o mistério do Evangelho» (cf. Ef 6, 19). Com esta oração, concedo a minha Bênção Apostólica a vós, aos presbíteros e a todos os fiéis das vossas dioceses: «A paz esteja com todos vós que estais em Cristo» (1 Ped 5, 14).

Santo do Dia

S. Severino Boécio



Comemorado em 23/10


Ano 480 - filósofo - Severino vem de Severo que significa sério, grave



Natural de Roma, S. Severino Boécio, cujo nome completo era Anício Mânlio Severino Boécio, nasceu por volta de 480 e morreu em 524. Casado, teve dois filhos que, como ele, tornaram-se cônsules. Filósofo, teólogo e cientista, contribuiu para a divulgação do pensamento grego no Ocidente, traduzindo do grego para o latim as obras de Platão, Aristóteles, Pitágoras, Euclides, Ptolomeu e outros. Deixou vários escritos versando sobre teologia, lógica, música, matemática e engenharia, sendo o mais importante A consolação da filosofia. Por defender corajosamente um amigo acusado pelo imperador teodorico de conspiração no Senado Romano, foi preso também e encarcerado em pávia, onde foi torturado por suas convicções religiosas se oporem às dos arianos, de quem Teodorico era simpatizante. Acabou sendo condenado à morte e executado em Pávia.



Testemunhas de nossos tempos

João Ventinha - Posseiro em Jacundá, 25 anos, assassinado em 1987 por pistoleiros no Pará, Brasil.

Marco Antonio Ayerbe Flores - Estudante universitário peruano, morto em 1981.

Oração da sabedoria

Deus, nosso Pai, dai-nos a sabedoria do coração, que é fazer o outro feliz fazendo-nos a nós mesmos felizes. Dai-nos a sabedoria que vem do Espírito, que nos pede iluminar o outro iluminando-nos a nós mesmos. Dai-nos a sabedoria que vem da dor e do sofrimento, quando mais fala o silêncio do coração que a lógica fria da razão, que nada sabe da dor. Dai-nos a sabedoria de pensar e agir com retidão, mesmo sabendo que podemos errar; e errando, na humildade, assumir as falhas, corrigir os erros e superar as próprias limitações. dai-nos a sabedoria da transitoriedade, que é saber-se passageiro, migrantes de nós mesmos. Dai-nos a sabedoria da busca continuada, que é sempre estar pronto para partir. Dai-nos a sabedoria do autodespojamento, que torna possível esperar com serenidade nosso último e eterno ressurgimento. dai-nos a sabedoria da vida, que é discernir entre a casca e o grão, entre o que é provisório e o que é permanente. dai-nos a sabedoria do discernimento entre as inúteis coisas e a gratuidade do encanto de cada momento intensamente vivido. dai-nos a sabedoria do entendimento de que em vossas mãos estão as coisas que passaram e as que hão de acontecer.