sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Maria e o Advento


           Enquanto as cidades vão tomando ares de espera natalina, e no momento em que inauguramos pelas ruas de nossa capital o “circuito dos presépios” para que recordemos o importante fato que celebramos no Natal, uma companhia no Advento sempre se torna presente: Maria! Além dos textos da liturgia própria deste tempo, temos também algumas solenidades marianas marcantes.
           Uma delas é a Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora. Bem no coração do Advento, no dia 8 de dezembro, rendemos louvores a Deus pela pureza da Virgem Maria, aurora da salvação. «Puríssima, na verdade, devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha, que tira nossos pecados» (Missal Romano). Preparando-nos para o Santo Natal, devemos reconhecer que Deus, em seu amor e liberalidade, olhou com carinho para Maria, escolhendo-a e preparando-a para ser a mãe de seu Filho, dispensando-lhe graças especiais. O anjo a saudou como «cheia de graça» (Lc 1,28).
         É verdade de fé, proclamada e definida pelo bem-aventurado Pio IX, em 1854, «que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha do pecado original; essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis» (Bula Ineffabilis Deus).
         Com efeito, Maria foi também redimida pela graça de Cristo, como todo ser humano. Entretanto, o modo pelo qual Maria foi redimida é todo especial, porque Deus a preservou de contrair a mancha do pecado original desde o primeiro instante de sua concepção. Deus a redimiu em vista dos méritos de Cristo. É o que expressa o Concílio Vaticano II com estas palavras: «Em vista dos méritos de seu Filho foi redimida de um modo mais sublime…» (Lumen gentium, 52).
          Nossa Senhora, desde o seu primeiro instante de vida, é toda bela («tota pulchra»), é toda voltada para Deus! Nós, muitas vezes, clamamos com São Paulo: «Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero» (Rm 7,19). Essa dilaceração não tomou conta do coração da Virgem porque, «já bem antes da aurora, o Senhor veio ajudá-la» (Sl 45,6). A vida de Maria foi totalmente íntegra e o seu coração pôde amar sempre a Deus sem divisões nem distrações. Ela soube corresponder à especial graça que lhe fora concedida, de modo que a existência da humilde mulher de Nazaré foi sempre «sim» para Deus e, em Deus, «sim» para os outros. Ela realizou em sua vida aquilo a que todo homem é chamado – ser para Deus e para o irmão.
          A escolha de Deus tem sua razão de ser: Maria foi preservada de todo o pecado a fim de que se apresentasse como «a santa morada do Altíssimo» (Sl 45,5). Mas podemos dizer mais: Deus quis iniciar uma nova história e realizar uma nova criação. Na linguagem de São Paulo, Deus quis «recapitular tudo em Cristo» (Ef 1,10). E, assim como uma mulher foi solidária com o primeiro Adão no início da história do pecado, o plano divino dispôs que, no reinício da história, estivesse presente, ao lado do novo Adão, Cristo, a nova Eva, Maria.
         A Imaculada Conceição de Maria integra, desse modo, a «recapitulação» ou o novo início da história em Cristo. Todos nós somos chamados a fazer parte dessa nova história, história de graça e de santidade, de misericórdia, amor e perdão, de justiça e de paz. Maria Santíssima é inspiração e ajuda para nós. Ela é toda de Deus e, por isso, toda dos filhos de Deus.
         Nós, enquanto aqui caminhamos, com a graça que Deus nos concede, somos chamados a lutar para vencer o pecado em nós e inserir-nos na nova história inaugurada pelo novo Adão, que teve sempre a seu lado a nova Eva. A graça divina quer nos retirar da velha vida e revestir-nos da nova. Por isso exorta o Apóstolo: «Precisais renovar-vos, pela transformação espiritual de vossa mente, e vestir-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, na verdadeira justiça e santidade» (Ef 4,23-24).
        Que o tempo do Advento seja-nos propício, a fim de reconhecermos as maravilhas que Deus fez em sua serva, maravilhas que deseja fazer também em cada um de nós. Aliás, é bem isso que a Igreja nos recorda sempre: aquilo que se diz de Maria, se diz da Igreja e vice-versa: “ela é o tipo da Igreja na ordem da fé, da caridade e da perfeita união com Cristo” (LG 63).
        Esperando com Maria, desejo que a celebração do Natal, na liturgia e na vida, transforme o nosso coração e renove a nossa vida. Ao dizer sim como a mãe de Jesus, poderemos ser membros ativos da nova criação e da nova história desejada por Deus.
         Que o Ano Sacerdotal ajude os presbíteros a serem pastores conforme o coração de Jesus, pastores que, sob o único Pastor, conduzam o povo de Deus às pastagens verdejantes do Reino da santidade e da graça, cuja luz resplendeu radiante em Maria Santíssima.
         Que todo o nosso povo, vivenciado o tempo do Advento possa, ao modo de Maria, meditar os acontecimentos e as graças de Deus, conservando tudo em seus corações (cfr. Lc 2, 41-51).
          E que ao vermos o espírito de Natal ocorra em nós as preocupações com os mais pobres, com os sinais em nossas casas e, contemplando os presépios pelas ruas e praças de nossa cidade, os corações se abram para continuamente encontrarmos a cada dia Aquele que veio a nós por Maria, a Imaculada Conceição e Senhora de Guadalupe.

Por  Dom Orani José Tempesta, O.Cist.

         Arcebispo do Rio de Janeiro

FONTE: Arquidiocese do Rio de Janeiro

Preparemo-nos, Jesus está voltando - Lucia Silveira


Nestes últimos dias, temos visto e ouvido na mídia, e, principalmente na Liturgia Católica, exortações sobre a volta triunfante de Jesus Cristo, o Filho Divino do Pai Eterno.


Não sabemos quando nem como, mas temos a certeza que Ele virá. E nós estamos preparados? Preparemo-nos, portanto, com alegria, muita fé e entusiasmo, na prática do amor de Deus, no compromisso com o evangelho e na misericórdia com os irmãos, pois tudo isso nos dá a certeza de que Cristo é a fonte da Felicidade.

"Felizes aqueles cuja vida é pura e seguem a lei do Senhor" (Sl 118, 1-2).

O desejo de Jesus é que sejamos felizes, porque ele é a própria bondade e deseja a nossa felicidade muito mais do que nós mesmos desejamos. Ele nos criou a sua própria imagem e semelhança, portanto, não rejeitemos Jesus em nossa vida. Devemos procurar evitar o que nos apraz, nossos desejos materiais, a forma de nos apresentar, a vaidade de ser mais e melhor do que o irmão. Devemos, sim, nos preocupar mais em andar nos caminhos de Cristo e não adorar ídolos, nem entregar-nos a luxúria.

Jesus veio ao mundo para participar da vida humana, nos mostrando o caminho da felicidade, da paz e alegria, através da sua Igreja.

Muitos de nós fechamos os ouvidos do coração e procuramos a alegria e a felicidade nas vaidades e nos prazeres temporários, esquecendo que essa felicidade buscada no pecado reduz-se a cinzas.

Jesus nos exorta que voltemos para ele e entreguemos nossa mente, o nosso coração e a nossa alma, ele não nos esconderá a verdade e nos ensinará o caminho da felicidade.

Jesus nos fala:

- Feliz é aquele que não segue os conselhos dos maus, que não anda em pecado, que não insulta o Criador com estulta arrogância.

- Feliz é aquele que estende a mão aos necessitados e pobres.

- Feliz é aquele que guarda a minha lei de dia e de noite, que me procura e abre o seu coração.

- Feliz é aquele que em mim se refugia, eu serei a sua defesa, eu o animarei e o protegerei de todo o perigo. Terá grande paz, e para ele não haverá pedra de escândalo.

Jesus também nos diz:

- Serás feliz se temeres o teu Senhor e caminhares com fé e confiança em seus caminhos.

- Tudo te dei, quero que sejas um pacificador, um criador de alegria e felicidade para todos os que te rodeiam.

-Desejo o teu amor e te digo que o fruto do amor não é depressão e sim a felicidade, o entusiasmo, a alegria! portanto, o que tens a temer? Procuras viver alegremente! Viver com felicidade! Viver com entusiasmo!

Tua alegria deve estar em que Deus existe, e é o dono de tudo.

Te digo ainda, filho, que não atrairás para mim as pessoas que amo muito, sendo mal-humorado, triste, inseguro, temeroso, pessimista.

Eu não te disse: "Quando jejuardes, não tomeis um ar triste como os hopócritas, que mostram um semblante abatido para manifestar aos homens que jejuaram?" (Mt 6,16).

E não disse: "Vinde a mim... e eu vos aliviarei"? (Mt 11,28).

Tantos julgam Jesus como um Deus severo, áspero, satisfeito com o espetáculo de uma pobre criatura humana enxugando a fronte borbulhante de suor e pergundo ansiosamente a si mesmo: "Será possível que eu me salve?"

Será que Jesus deu a sua vida para nos atormentar? Para nos tornar infeliz? Jesus não tem complacências na tristeza, nas trevas, no abatimento, mas na alegria, na luz, na felicidade. Portanto, irmão tranquiliza o teu coração e andas com Jesus. Mesmo quando os homens te desprezam e te perseguem e dizem, falsamente, toda sorte de mal contra ti, por causa de Jesus, procura alegrar-te e ficar sereno.

Jesus é a tua luz e a tua salvação. A quem poderás temer?

Assim, irmãos, enquanto esperamos a vinda de Nosso Salvador, estejamos atentos na alegria que a fé nos transmite e sejamos firmes na esperança da Salvação.

Jesus te ama!

Por Lucia Silveira