terça-feira, 22 de março de 2011

Tempo da Quaresma


         Na linguagem corrente, a Quaresma abrange os dias que vão da Quarta-feira de Cinzas até ao Sábado Santo. Contudo, a liturgia propriamente quaresmal começa com o primeiro Domingo da Quaresma e termina com o sábado antes do Domingo da Paixão.

         A Quaresma pode se considerar, no ano litúrgico, o tempo mais rico de ensinamentos. Lembra o retiro de Moisés, o longo jejum do profeta Elias e do Salvador. Foi instituída como preparação para o Mistério Pascal, que compreende a Paixão e Morte (Sexta-feira Santa), a Sepultura (Sábado Santo) e a Ressurreição de Jesus Cristo (Domingo e Oitava da Páscoa).

         Data dos tempos apostólicos a Quaresma como sinônimo de jejum observado por devoção individual na Sexta-feira e Sábado Santos, e logo estendido a toda a Semana Santa. Na segunda metade do século II, a exemplo de outras igrejas, Roma introduziu a observância quaresmal em preparação para a Páscoa, limitando porém o jejum a três semanas somente: a primeira e quarta da atual Quaresma e a Semana Santa.
          A verdadeira Quaresma com os quarenta dias de jejum e abstinência de carne, data do início do século IV, e acredita-se que, para essa instituição, tenham influído o catecumenato e a disciplina da penitência pública.
          O jejum consistia originariamente numa única refeição tomada à tardinha; por volta do século XV tornou-se uso comum o almoço ao meio-dia. Com o correr dos tempos, verificou-se que era demasiado penosa a espera de vinte e quatro horas; foi-se por isso introduzindo o uso de se tomar alguma coisa à tarde, e logo mais também pela manhã, costume que vigora ainda hoje. O jejum atual, portanto, consiste em tomar uma só refeição diária completa, na hora de costume: pela manhã, ao meio-dia ou à tarde, com duas refeições leves no restante do dia.
         A Igreja prescreve, além do jejum, também a abstinência de carne, que consiste em não comer carne ou derivados, em alguns dias do ano, que variam conforme determinação dos bispos locais.
        No Brasil são dias de jejum e abstinência a quarta-feira de cinzas e a sexta-feira santa. Por determinação do episcopado brasileiro, nas sextas-feiras do ano (inclusive as da Quaresma, exceto a Sexta-feira Santa) fica a abstinência comutada em outras formas de penitência.
        Praticar a abstinência é privar-se de algo, não só de carne. Por exemplo, se temos o hábito diário de assistir televisão, fumar, etc, vale o sacrifício de abster-se destes itens nesses dias. A obrigação de se abster de carne começa aos 15 anos. A obrigação de jejuar, limitando-se a uma refeição principal e a duas mais ligeiras no decurso do dia, vai dos 21 aos 59 anos. Quem está doente (e também as mulheres grávidas) não está obrigado a jejuar.

--------------------------------------------------------------------------------

“Todos pecamos, e todos precisamos fazer penitência”, afirma São Paulo. A penitência é uma virtude sobrenatural intimamente ligada à virtude da justiça, que “dá a cada um o que lhe pertence”: de fato, a penitência tende a reparar os pecados, que são ultrajes a Deus, e por isso dívidas contraídas com a justiça divina, que requer a devida reparação e resgate. Portanto, a penitência inclina o pecador a detestar o pecado, a repará-lo dignamente e a evitá-lo no futuro.

A obrigatoriedade da penitência nasce de quatro motivos principais, a saber:

1º. - Do dever de justiça para com Deus, a quem devemos honra e glória, o que lhe negamos com o nosso pecado;

2º.- da nossa incorporação com Cristo, o qual, inocente, expiou os nossos pecados; nós, culpados, devemos associar-nos a ele, no Sacrifício da Cruz, com generosidade e verdadeiro espírito de reparação.

3º.- Do dever de caridade para com nós mesmos, que precisamos descontar as penas merecidas com os nossos pecados e que devemos, com o sacrifício, esforçar-nos por dirigir para o bem as nossas inclinações, que tentam arrastar-nos para o mal;

4º.- do dever de caridade para com o nosso próximo, que sofreu o mau exemplo de nossos pecados, os quais, além disso, lhe impediram de receber, em maior escala, os benefícios espirituais da Comunhão dos Santos.

Vê-se daí quão útil para o pecador aproveitar o tempo da Quaresma para multiplicar suas boas obras, e assim dispor-se para a conversão.

--------------------------------------------------------------------------------

Segundo os Santos Padres, a Quaresma é um período de renovação espiritual, de vida cristã mais intensa e de destruição do pecado, para uma ressurreição espiritual, que marque na Páscoa o reinício de uma vida nova em Cristo ressuscitado.
          A Quaresma tem por escopo primordial incitar-nos à oração, à instrução religiosa, ao sacrifício e à caridade fraterna. Recomenda-se por isso a freqüência às pregações quaresmais, a leitura espiritual diária, particularmente da Paixão de Cristo, no Evangelho ou em outro livro de meditação.
          O jejum e abstinência de carne se fazem para que nos lembremos de mortificar os nossos sentidos, orientando-os particularmente ao sincero arrependimento e emenda de nossos pecados.
          A caridade fraterna — base do Cristianismo — inclui a esmola e todas as obras de misericórdia espirituais e corporais.
Fonte: Missal Romano

Quais são as Obras de Misericórdia?

Corporais

1. Dar de comer a quem tem fome.
2. Dar de beber a quem tem sede.
3. Vestir os nus
4. Dar pousada aos peregrinos
5. Assistir aos enfermos.
6. Visitar os presos.
7. Enterrar os mortos.

Espirituais

1. Dar bom conselho.
2. Ensinar os ignorantes.
3. Corrigir os que erram.
4. Consolar os tristes.
5. Perdoar as injúrias.
6. Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo.
7. Rogar a Deus por vivos e defuntos.

sábado, 19 de março de 2011

São José













A vida de São José


        Esposo da Virgem Maria e padrasto de Jesus. Ele figura na infância de Jesus conforme a narrativa de Mateus (1-2) e Lucas (1-2) e é descrito com um homem justo. Mateus descreve os pontos de vista de José e Lucas descreve a infancia de Jesus com José.
        José é descendente da casa real de David. Noivo de Maria ele foi visitado por um anjo que informou a ele que ela estava com um filho e que o filho era do "Sagrado Espirito". Ele tomou Maria e a levou para Belem e estava presente no nascimento de Jesus. Avisado de novo, por um anjo das intenções do Rei Herodes José levou Maria e Jesus para o Egito. Eles só voltaram a Nazaré quando outro anjo, apareceu de novo a José, avisando da morte de Herodes. José devotou sua vida a criar Jesus e estava cuidando da ovelhas e de Maria quando os reis magos chegaram. Defendeu o bom nome de Maria e Jesus Deus o chamava de pai e queria ser conhecido como filho de José. Ele levou Maria e Jesus para visitar o templo e apresentar Jesus a Deus no templo. E juntamente com Maria ficou preocupado quando Jesus teria se perdido no templo, isto quando Jesus tinha 12 anos.
        A ultima menção feita a José nas Sagradas Escrituras é quando procura por Jesus no Templo de Jerusalem. Os estudiosos das escrituras acreditam que ele já era um velho e morreu antes da Paixão de Cristo. Veneração especial a José começou na Igreja moderna ,onde escritos apócrifos passaram a relatar a sua história. O escritor Irlandês, do nono século Felire de Oengus comemora José, mas veneração a José só se espalhou no 15° seculo. Em 1479 ele foi colocado no calendário Romano com sua festa a ser celebrada em 19 de março. São Francisco de Assis e Santa Teresa dAvila ajudaram a espalhar a devoção, e em 1870 José foi declarado patrono universal da Igreja pelo Papa Pio IX. Em 1889 Papa Leão XIII o elevou a bem próximo da Virgem Maria e o Papa Benedito XV o declarou patrono da jjustiça social. O Papa Pio XII estabeleceu uma segunda festa para São José, a festa de "São José, o trabalhador" em primeiro de maio. Ele é considerado pelos devotos como padroeiro dos carpinteiros e na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado como um homem velho com um lírio, e algumas vezes com Jesus ensinando a Ele o ofício de carpinteiro.
         De acordo com um antiga lenda, Maria e as outras virgens do Templo receberam ordens para retornar a sua casa e se casarem. Quando a Virgem Maria recusou-se, os anciões oraram por instruções e uma voz no Santuário instruiu a eles a chamarem todos os homens que podiam se casar para a Casa de David e para ele deixarem seus cajados no altar do templo durante a noite. Nada aconteceu. Os anciões então chamaram também os viúvos, entre eles estava José. Quando o cajado de José foi encontrado na manhã seguinte coberto de fores (" as flores no bastão de Jesse") a ele foi dito para tomar a Virgem Maria como esposa e a guardasse para O Senhor. Muitas vezes o cajado florido é mostrado como um bastão de lírios
          Outra versão da vida de São José é relatada nos "Atos de São José" que é tido por muitos como sendo apócrifa, mas estudiosos como Origens, Euzébio e São Cipriano fazem referência em suas obras. Nesses "Atos" José teria se casado jovem e só foi prometido a Maria quando já era viúvo. José teria tido, no primeiro casamento, duas filhas e quatro filhos sendo o caçula chamado Tiago, que Jesus considerava como irmão e com ele teria passado sua infancia e parte de sua adolecência. E Maria achou o menor Tiago na casa de seu pai e este estava triste pela perda de sua mãe e Maria o consolou e o criou. Assim Maria é as vezes chamada de mãe de Tiago. Com o passar dos anos o velho José tinha uma idade bem avançada, mas nunca deixou de trabalhar, nunca sua vista falhou e nunca ficava sem rumo, tonto, e como um rapaz ele tinha vigor e suas pernas e braços permaneceram fortes e livres de nenhuma dor. Quando aproximou-se a sua hora um anjo do Senhor veio até ele e disse a ele que estava para morrer e ele levantou-se e foi para Jerusalém orar no santuário e disse: "O Deus autor da consolação, O Senhor da compaixão, ó Senhor de toda a raça humana, Deus de meu corpo e espirito, com súplica eu Vos reverencio e Ó Senhor e meu Deus, se agora meus dias terminam e eu preciso deixar este mundo, peço a Vós que envie o arcanjo Miguel, o príncipe dos Vosso anjos, e deixe ele ficar comigo e leve minha alma deste aflito corpo sem problemas e sem terror. E José foi enterrado pelos seus amigos e parentes sem o odor dos mortos.
        Estaria explicado assim a grande polêmica do "irmão" Tiago que Jesus pediu para tomar conta de sua mãe Maria e deu origem a várias discussões sobre a virgindade de Maria.
        Desse modo os "Acts of Saint Joseph" teem o seu lado positivo e negativo e tem que se ter cuidado para lê-los assim como os "Acts of Saint Paul".

Sua festa é celebrada no dia 19 de Março.

Cumpre observar que no passado , no mês de março, as cartas terminavam
com SJMJ que significa: Salve Jesus, Maria e José.