quinta-feira, 17 de novembro de 2011

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

3º Encontrão e Caminhada Jovem - 2011

Ai, Galera tá chegando a hora de participarmos de mais um evento jovem realizado por nossa Paróquia.


O 3º Encontrão e Caminhada Jovem - Que neste ano será precedido de um Cerco de Jericó, começando no dia 17 até o dia 24, das 8 as 11 da noite com louvor e adoração a Jesus no Santíssimo Sacramento.

Começaremos no dia 25 e 26 com apresença do Circo Kairós e Comunidade, onde acontecerá também o Festival de Música católica para todos os ministérios do Vicariato do cabo. Para se inscrever basta voce procurar a Secretaria da sua Paróquia e fazer sua inscrição ao preço de R$ 30,00, concorrendo a um Violão elétrico.

E no dia 27, a partir das 8:30 da manhã, no Ginásio o Gouveião teremos o Grande Encontro Jovem, com Louvor, Pregações, Adoração e a Santa Missa. Logo após teremos a Caminhada Jovem com Trio e o Cantor Neto Monteiro.   


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

sábado, 5 de novembro de 2011

Dia de todos os Santos

     
       Neste fim de semana, celebramos a solenidade de Todos os Santos, costume que vem já do séc. IX para toda a Igreja.
        A nota característica desta festa encontrámo-la no introito da missa: Alegremo-nos todos no Senhor e celebremos festivamente este dia em honra de Todos os Santos…

        É realmente uma festa de família para o Povo de Deus. Ao mesmo tempo que nos regozijamos com os nossos irmãos que já estão na glória sentimos o parentesco que nos une não apenas com todos quantos foram baptizados em Cristo mas também com aqueles homens do A.T. que hoje gozam de Deus no céu.
       É a festa da esperança. O pensamento do céu, nossa verdadeira pátria, (cfr. Heb 13, 14) dá mais seriedade aos nossos pensamentos e traz mais calma para as nossas penas fazendo-nos viver na intimidade dos que vivem no além a quem rezamos e que por nós oram.

LITURGIA DA PALAVRA

                                                          Primeira Leitura

      S. João, nesta visão, descreve-nos «a multidão imensa que ninguém pode contar» dos fiéis «os santos» na posse da felicidade eterna. Depois da «grande tribulação» o Senhor os acolhe dando-lhe um grande prémio.

* Apocalipse 7, 2-4.9-14
2Eu, João, vi um Anjo que subia do Nascente, trazendo o selo do Deus vivo. Ele clamou em alta voz aos quatro Anjos a quem foi dado o poder de causar dano à terra e ao mar: 3«Não causeis dano à terra, nem ao mar, nem às árvores, até que tenhamos marcado na fronte os servos do nosso Deus». 4E ouvi o número dos que foram marcados: cento e quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel. 9Depois disto, vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé, diante do trono e na presença do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão. 10E clamavam em alta voz: «A salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro». 11Todos os Anjos formavam círculo em volta do trono, dos Anciãos e dos quatro Seres Vivos. Prostraram-se diante do trono, de rosto por terra, e adoraram a Deus, dizendo: 12«Amen! A bênção e a glória, a sabedoria e a acção de graças, a honra, o poder e a força ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amen!». 13Um dos Anciãos tomou a palavra e disse-me: «Esses que estão vestidos de túnicas brancas, quem são e de onde vieram?». 14Eu respondi-lhe: «Meu Senhor, vós é que o sabeis». Ele disse-me: «São os que vieram da grande tribulação, os que lavaram as túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro».

        Numa grandiosa visão, o vidente de Patmos deixa ver que no meio de tantas desgraças e ainda antes que cheguem as piores, as que correspondem à abertura do 7º selo (cap.8), os cristãos, que formam uma imensa multidão, estão sob a protecção de Deus, mesmo quando perseguidos e sujeitos ao martírio.
        2-4 «O selo (o sinete de marcar) do Deus vivo». Alusão ao timbre então usado pelos monarcas para imprimir o sinal de propriedade ou autenticidade: por vezes os escravos e soldados eram marcados na pele com um ferro em brasa. O símbolo está tomado destes costumes da época e sobretudo da profecia de Ezequiel (Ez 9, 4-6), por isso alguns Padres viram nesta marca, em forma de cruz (pela alusão ao tav de Ezequiel, a última consoante hebraica), o carácter baptismal. «Cento e quarenta e quatro mil» é um número simbólico; com efeito, os números do Apocalipse são habitualmente simbólicos, o que neste caso é evidente por se tratar de um jogo de números: 12 x 12000 (doze mil por cada uma das doze tribos de Israel). Estes 144.000, segundo uns, «representam toda a Igreja sem restrição» (Santo Agostinho), pois esta é o novo Israel de Deus (cf. Gal 6, 16) e são a mesma «multidão imensa que ninguém podia contar» (v. 9). Segundo outros, estes 144.000 são os cristãos procedentes do judaísmo, muito particularmente os que foram poupados das calamidades que assolaram a Palestina, por ocasião da destruição da nação judaica no ano 70.
       11 «Os (24) Anciãos». Há grande variedade de opiniões para decifrar este símbolo, não se podendo sequer estabelecer se se trata de seres angélicos ou humanos. Santo Agostinho diz que «são a Igreja universal; os 24 anciãos são os superiores jerárquicos e o povo: 12 representam os Apóstolos e os bispos, e os outros 12 representam o restante povo da Igreja». «Os 4 Viventes» (à letra, «animais»), uma tradução preferível a: «os 4 animais», uma vez que o terceiro tem rosto humano (cf. Apoc 4, 7). A quem representam estes seres misteriosos, que reúnem características dos querubins de Ez 1 e dos serafins se Is 6? Podem muito bem simbolizar os quatro pontos cardeais, ou os quatro elementos do mundo (terra, fogo, água e ar), isto é, a totalidade do Universo. Deste modo, a presente «visão» apresenta-nos, unidos numa única adoração e louvor a Deus e a Cristo, os Anjos, a Humanidade resgatada e o próprio Universo material. A interpretação segundo a qual os Quatro Seres simbolizam os Quatro Evangelistas deve-se a Santo Ireneu e é uma acomodação espiritual do texto inspirado.
         12 «Amen! Bênção, glória…»: Aqui, como ao longo de todo o Apocalipse, sente-se como a liturgia da Igreja faz eco à liturgia celeste, especialmente nas aclamações a Deus e ao Cordeiro.
        14 «A grande tribulação». Tanto se pode tratar duma perseguição aos cristãos mais violenta no fim dos tempos, como das perseguições e das tribulações em geral no curso da história da Igreja. Mas é provável que o vidente de Patmos tenha presente em primeiro plano, as violentas perseguições de Nero e Domiciano, muito embora englobando nestas todas as outras.
      «Lavaram as suas túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro». «Não se designam só os mártires, mas todo o povo da Igreja – comenta Santo Agostinho –, pois não disse que lavaram as suas túnicas no seu próprio sangue, mas no sangue do Cordeiro, isto é, na graça de Deus, por Jesus Cristo Nosso Senhor, conforme está escrito: e o seu sangue purifica-nos (1 Jo 1, 7)».

Salmo Responsorial

Sl 23 (24), 1-2.3-4ab.5-6 (R. cf. 6)

      Deus tudo colocou ao nosso serviço para melhor O servirmos e amarmos. Se soubermos fazer bom uso das criaturas elas proclamarão connosco as glórias do Senhor.

Refrão: ESTA É A GERAÇÃO DOS QUE PROCURAM O SENHOR.
Do Senhor é a terra e o que nela existe,
o mundo e quantos nele habitam.
Ele a fundou sobre os mares
e a consolidou sobre as águas.

Quem poderá subir à montanha do Senhor?
Quem habitará no seu santuário?
O que tem as mãos inocentes e o coração puro,
o que não invocou o seu nome em vão.

Este será abençoado pelo Senhor
e recompensado por Deus, seu Salvador.
Esta é a geração dos que O procuram,
que procuram a face de Deus.

                                              Segunda Leitura

        É ainda S. João quem nos vai recordar como seremos santos: vivendo a nossa condição de filhos de Deus. Mas cuidado porque podemos perder esta filiação por nossa culpa. Só no céu ela será indefectível e inamovível.

*1 São João 3, 1-3
Caríssimos: 1Vede que admirável amor o Pai nos consagrou em nos chamar filhos de Deus. E somo-lo de facto. Se o mundo não nos conhece, é porque não O conheceu a Ele. 2Caríssimos, agora somos filhos de Deus e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, na altura em que se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porque O veremos tal como Ele é. 3Todo aquele que tem n’Ele esta esperança purifica-se a si mesmo, para ser puro, como Ele é puro.

    A leitura é um dos textos clássicos da filiação adoptiva divina, uma exigência constante de santidade.
         1 «E somo-lo de facto». S. João não se contenta com dizer que somos chamados filhos de Deus, o que bastaria para que um semita entendesse, pois para ele ser chamado (por Deus) equivalia a ser. S. João quer falar para que todos entendamos esta realidade sobrenatural que «o mundo», sem fé, não pode captar nem apreciar.
        2 A filiação divina capacita-nos para a glória do Céu, pois não é uma mera adopção legal e extrínseca, como a adopção humana de um filho. A adopção divina implica uma participação da natureza divina (cf. 2Pe 1, 4) pela graça. «Semelhantes a Deus», desde já; mas só na glória celeste se tornará patente o que já «agora somos». «O veremos tal como Ele é», esta é a melhor definição da infinda felicidade do Céu, de que gozam todos os Santos que hoje festejamos: contemplar a Deus tal qual Ele é, não apenas as suas obras, mas a Ele próprio, «face a face» (cf. 1 Cor 13, 12).
       3 «Purifica-se a si mesmo». A certeza da filiação divina conduz-nos à purificação e à imitação de Cristo, o Filho de Deus por natureza: «como Ele é puro»; efectivamente, os puros de coração hão-de ver a Deus(cf. Evangelho de hoje: Mt 5, 8).

Evangelho

* São Mateus 5, 1-12a
Naquele tempo, 1ao ver as multidões, Jesus subiu ao monte e sentou-Se. Rodearam-n’O os discípulos 2e Ele começou a ensiná-los, dizendo: 3«Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos Céus.4Bem-aventurados os humildes, porque possuirão a terra. 5Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos Céus. 11Bem-aventurados sereis, quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós. 12aAlegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa».

            As 8 bem-aventuranças, expressas na terceira pessoa do plural, têm em Mateus um carácter solene e universal, para todas as pessoas e para todos os tempos. Elas condensam a grande novidade do Evangelho, em contraste flagrante com o próprio pensamento religioso judaico então vigente, para já não falarmos do espírito mundano, hedonista do paganismo de então e do de agora. Elas não são expressão de uma «ética dos débeis», mas, pelo contrário, dum ideal de vida para almas fortes e generosas. As bem-aventuranças correspondem a uma ética que, quando vivida a sério, é capaz de renovar as pessoas e a sociedade, como o demonstra a vida de todos os santos.
           3 «Bem-aventurados». Esta tradução (em vez de «felizes») vinca a ideia de que o Senhor promete a felicidade na bem-aventurança eterna e, ao mesmo tempo, já nesta vida, ao dizê-la do presente: «deles é»(não diz «deles será»). As bem-aventuranças são o mais surpreendente código de felicidade, e não se trata de uma felicidade qualquer: é uma felicidade incomparável, interior e profunda, embora ainda não possuída de modo perfeito e completo na vida terrena.
              «Os pobres em espírito». «No Antigo Testamento, o pobre está já delineado não só como uma situação económico-social, mas como um valor religioso muito elaborado: é pobre quem se apresenta diante de Deus com uma atitude humilde, sem méritos pessoais, considerando a sua realidade de homem pecador, necessitado do perdão divino, da misericórdia de Deus para ser salvo. Daí que, além de viver com uma sobriedade e uma austeridade de vida reais, efectivas, ele aceita e quer tais condições de pobreza não como algo imposto pela necessidade, mas voluntariamente, com afecto (…). A ‘explicação’ de Mateus, em espírito, sublinha a exigência dessa mesma pobreza: não é pobre em espírito quem só o é obrigado pela sua situação económico-social, mas sim quem, além disso, é pobre querendo essa pobreza de modo voluntário (…). Esta atitude religiosa de pobreza está muito relacionada com a chamada infância espiritual. O cristão considera-se diante de Deus como um filho pequeno que não tem nada como propriedade; tudo é de Deus, o seu Pai, e a Ele lho deve. De qualquer modo, a pobreza em espírito, isto é, a pobreza cristã, exige o desprendimento dos bens materiais e uma austeridade no uso deles» (J. M. CASCIARO). Pode-se ver o belo comentário de São Leão Magno no ofício de leitura da 6ª feira da semana XXII do tempo comum.
         4 «Os humildes». A tradução preferiu um termo mais suave do que «os mansos», que são os que sofrem serenamente e sem ira, ódio ou abatimento, as perseguições injustas e as contrariedades. De facto só os humildes são capazes da virtude da mansidão, pois não dão demasiada importância a si próprios. A «terra» é a nova terra prometida, isto é, o Céu.
         5 «Os que choram», isto é, os aflitos, e muito particularmente os que têm o coração cheio de mágoa por terem ofendido a Deus e que, com vontade de reparação, choram e deploram os seus pecados.
          6 «Fome e sede de justiça». A ideia de justiça na Sagrada Escritura é uma ideia de natureza religiosa: justo é aquele que cumpre a vontade de Deus, e justiça corresponde a santidade, vocação a que todos são chamados.
         8 «Os puros de coração» são, em geral, os que têm uma intenção recta, os que são capazes de um amor puro, limpo e nobre, os que têm um olhar recto e são; está, portanto, englobada a castidade, mas não é só ela a ser referida aqui.
        9 «Os que promovem a paz» (uma tradução mais expressiva do que os pacíficos) são os que promovem a paz entre os homens e dos homens com Deus, fundamento sério de toda a paz no mundo.
        11-12 Depois das 8 bem-aventuranças anteriores, que formam um bloco (uma inclusão marcada pela fórmula «porque deles é o reino dos Céus»: vv. 3 e 10), há uma ampliação e uma aplicação directa aos ouvintes da 8ª e última bem-aventurança.

Com a Celebração de todos os Santos nós refletimos sobre:
1. Uma família de vivos
        Quando Pio XII resolveu escolher o dia 1 de Novembro de 1950 para solenemente definir o dogma da Assunção de Nossa Senhora ao Céu em corpo e alma, ou seja, o triunfo de Maria, nossa Mãe, não faltou quem lamentasse semelhante ideia dizendo que esse dia é um dia de tristeza e de saudade, é a festa dos mortos.
      Nada mais errado. Todos os Santos não é isso. Esta festa fala-nos do mundo invisível que os olhos não alcançam mas que sabemos pela fé ser uma realidade. Cremos que a multidão das almas que já estão reunidas ao redor de Jesus e de Maria, no Paraíso, formam a igreja do Céu, onde, na eternidade feliz, vêem a Deus como Ele é (Credo do Povo de Deus).
       Neste dia a Igreja levanta-nos o véu que nos separa do invisível deixando-nos antever o além para onde caminhamos: a perfeição do Corpo de Cristo, nos esplendores da intimidade com Deus; a felicidade sem fim, com Deus, de todos aqueles e aquelas que, como nós, caminharam e lutaram sobre a terra para realizar e fazer triunfar o programa evangélico das Bem-aventuranças: amor, justiça e paz.
        Neste dia celebramos com toda a Igreja (o Povo de Deus em marcha, a família dos redimidos) a alegria e a felicidade destes homens plenamente realizados que são os Santos. Não estão mortos, mas vivos. Pertencem não somente a todas as nações, tribos, povos e línguas (1.ª leit.), como ainda a todas as religiões e confissões. São uma multidão incontável. Cada qual escutou, na vida, o apelo das Bem-aventuranças. Cada qual, segundo a sua vida e à sua maneira, respondeu ao convite do Senhor. Hoje a Igreja mostra-no-los reunidos na unidade.
         O Papa teve razão ao escolher esta data para a proclamação da glória de Maria. Esta festa é uma antecipação da grande festa eterna à qual são convidados todos os homens de boa vontade. A Mãe de Jesus, já glorificada no céu em corpo e alma, é imagem e primícia da Igreja, que há-de atingir a sua perfeição no século futuro (L. G. 68). O espectáculo que se desenrolou, na Praça de S. Pedro, naquele dia, era a imagem clara daquilo que nos descreve S. João na 1.ª leitura. Ali se palpava a realidade do dogma da Igreja unida para cantar as glórias da Sua Mãe. Depois da Assunção da Mãe, haverá a Assunção dos filhos (Mons.Thèas). Agora apenas na alma. Depois também no corpo, como Ela.
Santos Martires

2.Santos Anónimos
       São milhares e milhares de pessoas em múltiplas actividades de voluntariado, nos hospitais, nas prisões, nos bairros degradados, junto dos sem-abrigo, dos que vivem sós, em suas casas ou nos Lares de Terceira Idade.
        Heróis anónimos são também as mães que se levantam muito cedo para levar os filhos ao infantário e deixar as refeições preparadas em casa, porque só vão regressar, à tardinha, depois de uma extenuante jornada de trabalho. São os pais que se desdobram numa luta pelo emprego, que já não está fácil, inventando, aqui e ali, alternativas para equilibrar os seus magros orçamentos. São os jovens, que resistindo aofacilitismo e à civilização do prazer efémero e do «deixa correr, que tudo isto é para gastar e gozar» se esforçam por fazerem o que a consciência lhes, dita, por ser fiéis aos valores familiares e cristãos que os seus antepassados lhes legaram.
         São os pescadores que todas as noites buscam no mar o pão de cada dia, indiferentes aos perigos que os cercam. São os agricultores que suportam as inclemências do tempo e tiram da terra, com suor e lágrimas, os alimentos de que todos precisamos.
          São os condutores de autocarros e comboios que sem liberdade para as suas divagações, se vergam com a responsabilidade de milhares de vidas nas suas costas. São os polícias chamados a acudir a quem precisa, não sabendo que perigos escondem para si, a escuridão e a maldade dos outros.
          São os médicos e enfermeiros que velam no silêncio de um qualquer hospital, a disposição de um pedido de ajuda. São também, milhares de homens e mulheres, com nome e rosto, de carne e osso como nós, com um futuro material risonho à sua frente, mas que, renunciam à família, ao dinheiro e ao protagonismo social para serem servos de todos, impulsionados pela sua fé sincera em Deus e em Jesus Cristo incarnado no outro, naquele que está ao nosso lado e que se descobre sempre como um irmão que importa ajudar hoje, com actos concretos de heroísmo, e não com piedosos sentimentos de compaixão.
        Refiram-se ainda, com acentuado toque de gratidão, no rol dos heróis anónimos, os dedicados e sacrificados professores, votados à tarefa espinhosa (diríamos até de alto risco) de educar crianças e jovens, com as suas traquinices e rebeldias, na rotina diária das nossas escolas, os muitos clérigos e religiosos a trabalhar em Instituições da igreja, que testemunham, por montes e vales, com modelares obras de solidariedade social, o verdadeiro humanismo cristão, acolhendo e tratando, com muito amor, com dedicação extrema, aqueles que a família e a sociedade lhes confiam, nos Lares, nos Centros de Dia. nos Jardins de Infância ou nos Hospitais.
          Afinal, este nosso mundo, não é assim tão mau como, às vezes o pintam. O mal, porque é uma anormalidade, vem mais vezes ao de cima, nos noticiários que nos entram em casa a toda a hora.
           Mas o bem, desinteressado e heróico, praticado por gente de todas as idades, em cada dia que passa, é igualmente uma consoladora realidade, a provar que Deus não abandona as suas criaturas.

3. A Comunhão dos Santos vivida em plenitude.
          Cremos na comunhão de todos os fiéis de Cristo: dos que ainda peregrinam sobre a terra, dos defuntos que ainda estão em purificação e dos bem-aventurados do Céu, formando todos juntos uma só Igreja(Credo do Povo de Deus). O dogma da Comunhão dos Santos é dos mais consoladores da nossa fé, desde que rectamente entendido. Não tem nada de alienante nem de utópico.
          Os primeiros cristãos viveram-no como ninguém. O facto de colocarem tudo em comum, inclusive os próprios bens materiais (Apoc 4, 34), era a prova máxima desta vivência. Nas dificuldades e no pecado a reacção espontânea era de amor para com aquele irmão que estava em perigo, em dificuldade. E assim ele encontrava a força para reconhecer o seu pecado e, graças ao amor, corrigia-se.
          Do mesmo modo que a comunhão cristã, entre os que peregrinam neste mundo, nos coloca mais perto de Cristo, assim também a familiaridade com os santos nos une com Cristo, de Quem promana, como de Fonte e Cabeça, toda a graça e a própria vida do Povo de Deus (L. G. 50). Agora compreendemos melhor a razão porque a Igreja insiste tanto na celebração comunitária dos actos do culto a qual se deve preferir, na medida do possível, à celebração individual e como que privada (S.C. 27).
        A intercessão dos Santos apresenta-se sempre como um pedido e uma súplica. Nunca como um direito nem muito menos como um favor à margem da vontade de Deus. Importa «corrigir ou suprimir quaisquer abusos, excessos ou defeitos que acaso se tenham introduzido no culto dos Santos e que tudo se restabeleça ordenadamente para maior glória de Cristo e de Deus» (L. G. 51).
Comunhão de todos os Santos em Cristo


Tirinhas

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Como a Santíssima Virgem salvou uma alma do inferno.

História – “Salve Rainha, Mãe de Misericórdia!”

               Lê-se na vida de sóror Catarina de S. Agostinho que havia, no lugar em que morava esta serva de Deus, uma mulher chamada Maria. A infeliz levara uma vida de pecados durante a mocidade. E já envelhecida, de tal forma se obstinara na sua perversidade, que fora expulsa pelos habitantes da cidade, e obrigada a viver numa gruta abandonada. Aí morreu finalmente, sem os sacramentos e sem a assistência de ninguém. Sepultaram-na no campo como um bruto qualquer.
       Sóror Catarina costumava recomendar a Deus com grande devoção as almas de todos os falecidos. Mas, ao saber da terrível morte da pobre velha, não cuidou de rezar por ela, pensando, como todos os outros, que já estivesse condenada. Eis que, passados quatro anos, em certo dia se lhe apresentou diante uma alma do purgatório, que lhe dizia:
       Sóror Catarina, que triste sorte é a minha! Tu encomendas a Deus as almas de todos os que morrem e só da minha alma não tens tido compaixão? – Mas quem és tu? – disse a serva de Deus. –Eu sou, -respondeu ela,- aquela pobre Maria, que morreu na gruta. – E como te salvaste? – replicou sóror Catarina. – Sim, eu me salvei por misericórdia da Virgem Maria. – E como? – Quando eu me vi próxima à morte, estando juntamente tão cheia de pecados e desamparada de todos, me voltei para a Mãe de Deus e lhe disse: Senhora, vós sois o refúgio dos desamparados. Aqui estou neste estado abandonada por todos.
        Vós sois a minha única esperança, só vós me podeis valer; tende piedade de mim. Então a Santíssima Virgem obteve-me a graça de eu poder fazer um ato de contrição; depois morri e fui salva. Além disso, esta minha Rainha alcançou-me a graça de ser abreviada minha pena por sofrimentos mais intensos, porém menos demorados. Só necessito de algumas missas para me livrar mais depressa do purgatório. Rogo-te que as faças celebrar. Em troca prometo-te pedir sempre a Deus e à Santíssima Virgem por ti.
       Sóror Catarina logo fez celebrar as missas. Depois de poucos dias lhe tornou a aparecer aquela alma mais resplandecente do que o sol e lhe disse: Agora vou para o Paraíso cantar as misericórdias do Senhor e rogar por ti.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

"Quem vê esperança na morte, vive uma vida de Esperança!" Catequese do Santo Padre


Sala Paulo VI, Vaticano
Quarta-feira, 02 de novembro de 2011

Dia dos fiéis defuntos

Caros irmãos e irmãs!

        Depois de ter celebrado a solenidade de todos os santos (No Brasil será no próximo Domingo), a Igreja nos convida hoje a comemorar todos os fiéis defuntos, a voltar o nosso olhar a tantos rostos que nos precederam e que concluiram o caminho terreno. Na audiência deste dia, então, gostaria de propor-vos alguns simples pensamentos sobre a realidade da morte, que para nós cristãos é iluminada pela ressurreição de Cristo e para renovar a nossa fé na vida eterna.
         Como eu já dizia ontem no Angelus, nestes dias, nos dirigimos ao cemitério para rezar pelas pessoas caras que nos deixaram, as visitamos para exprimir a elas, mais uma vez, o nosso afeto, para senti-las ainda próximas, recordando também, deste modo, uma parte do Credo: na comunhão dos santos existe uma estreita ligação entre nós que caminhamos ainda nesta terra e tantos irmãos e irmãs que já atingiram a eternidade.
        Desde sempre o homem se preocupou dos seus mortos e procurou dar-lhes uma espécie de segunda vida através da atenção, do cuidado e do afeto. Em um certo modo existe um desejo de conservar o que deixaram como experiencia de vida e, paradoxalmente, como esses viveram, o que amaram, o que tiveram, o que esperaram e que coisa detestaram, algo que descobrimos olhando as tumbas, diante das quais se multiplicam as recordações, que são quase um espelho do mundo deles.
         Por que é assim? Porque, apesar da morte ser um tema quase proibido na nossa sociedade, e exista a tentativa contínua de tirar da nossa mente nem que seja somente o pensamento da morte, essa está relacionada com cada um de nós, relacionada com o homem de cada tempo e de cada espaço. E diante deste mistério, todos, também inconscientemente, procuramos algo que nos convide a esperar, um sinal que nos dê consolação, que nos abra algum horizonte, que nos ofereça ainda um futuro. A estrada da morte, na realidade, é uma vida de esperança e, percorrer os nossos cemitérios, como também ler aquilo que está escrito sobre as tumbas é cumprir um caminho marcado pela esperança da eternidade.
          Mas nos perguntamos: por que temos tanto medo diante da morte? Por que a humanidade, em grande parte, nunca se mostrou em acreditar que além da morte não existe simplesmente o nada? Diria que as respostas são múltiplas: temos medo diante da morte porque temos medo do nada, deste medo de partir em direção a algo que não conhecemos, que nos é desconhecido. E então existe em nós um sentido de rejeição porque não podemos aceitar que tudo aquilo de belo e de grande que foi realizado durante uma existencia inteira, venha de repente apagado, caia no abismo do nada. Sobretudo, nós sentimos que o amor chama e pede eternidade e não é possível aceitar que isto venha destruído pela morte em um só momento.
       Ainda, temos medo diante da morte porque, quando nos encontramos rumo ao fim da existência, existe a percepção que exista um juízo sobre as nossas ações, sobre como conduzimos a nossa vida, sobretudo sobre este pontos de sombra, que, com habilidade, sabemos remover e tentamos remover da nossa consciência. Diria que exatamente a questão do juízo é geralmente subtendida no cuidado do homem de todos os tempos pelos defuntos, na atenção em relação as pessoas que foram significativas para ele e que não estão mais ao lado no caminho da vida terrena. Em um certo sentido, os gestos de afeto, de amor que circundam o defunto, são um modo para protegê-lo na convicção que esses não estejam sem afeto no juízo. Isto podemos colher na maior parte das culturas que caracterizam a história do homem.
             Hoje o mundo se tornou, ao menos aparentemente, muito mais racional, ou melhor, se difundiu a tendência de pensar que todas as realidades devam ser afrontadas com os critérios da ciencia experimental, e que à grande questão da morte se deva responder não tanto com a fé, mas partindo dos conhecimentos experimentais, empíricos. Deste modo, nem se dá conta que deste modo pode-se cair em formas de espiritismo, na tentativa de ter qualquer contato com o mundo além da morte, quase imaginando que exista uma realidade que, no fim, seria uma copia da presente.
         Caros amigos, a solenidade de todos os santos e a comemoração de todos os fiéis defuntos nos dizem que somente quem pode reconhecer uma grande esperança na morte, pode também viver uma vida a partir da esperança. Se nós reduzimos o homem exclusivamente à sua dimensão horizontal, a isto que se pode perceber empiricamente, a mesma vida perde o seu sentido profundo. O homem tem necessidade de eternidade e toda outra esperança para ele é muito breve, muito limitada. O homem é explicável somente se existe um amor que supere todo isolamento, tamném aquele da morte, em uma totalidade que transcenda também o espaço e o tempo. O homem é explicável, encontra seu sentido mais profundo, somente se existe Deus. E nós sabemos que Deus saiu da sua distancia e se fez próximo, entrou na nossa vida e nos diz: "Eu sou a ressurreição e a vida, quem cre em mim, também se morrer viverá, aquele que vive e crê em mim não morrerá eternamente.
          Pensemos um momento na cena do Calvário e reescutemos as palavras que Jesus, do alto da Cruz, dirige ao homem que está à sua direita: "Em verdade eu te digo: Hoje mesmo estarás comigo no paraíso". Pensemos aos dois discípulos na estrada de Emaús, quando, depois de ter percorrido uma parte da estrada com Jesus ressucitado, o reconhecem e partem para Jerusalém para anunciar a Ressurreição do Senhor. À mente retornam com renovada clareza as palavras do Mestra: "Não se perturbe o vosso coração. Tenhais fé em Deus e tenhais fé também em mim. Na casa do Pai existem muitas moradas. Se não, jamais vos teria dito: "Vou a preparar-vos um lugar"?.
           Deus se mostrou verdadeiramente, se tornou acessível, tanto amou o mundo ao ponto de dar seu filho único, a fim que aquele que crer nEle não se perca, mas tenha a vida eterna e, no supremo ato de amor da Cruz, imergindo-se no abismo da morte, a venceu, é ressucitado e abriu também a nós as portas da eternidade. Cristo nos sustenta através a noite da morte que Ele mesmo atravessou. É o Bom pastor, cuja direção se pode confiar sem nenhum medo, porque Ele conhece bem a estrada, também aquela que passa pela escuridão.
           Cada domingo, recitando o Credo, nós reafirmamos esta verdade. E ao nos dirigirmos aos cemitérios para rezar com afeto e com amor pelos nossos defuntos, somos convidados, mais uma vez, a renovar com coragem e com força a nossa fé na vida eterna, e mais, viver com esta grande esperança e testemunhá-la ao mundo: atrás do presente não existe o nada. E exatamente a fé na vida eterna dá ao cristão a coragem de amar mais intensamente esta nossa terra e de trabalhar para construir um futuro, para dar-lhe uma verdadeira e segura esperança.