quarta-feira, 11 de agosto de 2010

ESPECIAL: SEMANA DA FAMILIA - Casar na Igreja


Padre Julio *

       A união amorosa entre um homem e uma mulher, para nós católicos, chama-se sacramento do matrimônio. Para a Igreja, sacramento é um gesto visível que transmite algo invisível. Ou melhor, é um sinal sensível e eficaz que garante a graça de Deus, em Jesus Cristo, na vida da gente. Se o sinal visível transmite uma realidade invisível, isso significa que o visível não é tudo. É apenas um indicativo do invisível.
        No matrimônio, é o amor oblativo entre um homem e uma mulher que marca e visualiza o sacramento. A bíblia lembra que esse amor entre o esposo e a esposa deve ser semelhante ao amor que existe entre Jesus Cristo e a Igreja (Cf. Ef 5, 25-33). Cristo, por um amor apaixonado e apaixonante, entregou sua vida pela salvação total de todos e de todas, indicando que amor pra ser amor deve ser doação provada e comprovada até as últimas conseqüências, sem segundos interesses ou intenções: “Não existe amor maior do que dar a vida…” (Jo 15,13).
       É nesta perspectiva bíblica que o amor total e integral entre os cônjuges é entendido como um dos constitutivos essenciais no matrimônio. Tanto é que, se um casal, infelizmente, vai ao sacramento com um “amor” mascarado, deficiente ou anêmico, o seu casamento já começa com defeito de fabricação. E pode, segundo as determinações canônicas da Igreja Católica Romana, tornar-se um casamento que nunca deveria ter existido.
       Para que esse erro não aconteça, como se faz necessária uma boa preparação para recepção do sacramento do matrimônio! Na ação pastoral de nossa Igreja, a preparação imediata para este sacramento é chamada de: “Encontros em Preparação ao Matrimônio”. Não é nenhum curso que dá diploma pra ninguém. Aliás, erroneamente é chamado de curso.
        Trata-se de uma forma vivencial de preparação para vida matrimonial – muito breve, por sinal! Nesses encontros são refletidas questões da vida conjugal, familiar e sacramental, aquilo que Deus e a Igreja ensinam sobre o matrimônio e a família. É muito frutuoso que esses encontros sejam feitos com boa antecedência, no mínimo uns seis meses antes da celebração do casamento.
        Como sacramento da Igreja, o matrimônio tem um ritual litúrgico próprio a ser seguido. Nenhum padre, ou diácono, ou outro ministro designado oficialmente pelo bispo “faz casamento”. Ministros próprios para este sacramento são os próprios noivos. Eles é que fazem o sacramento. Daí a necessidade de os noivos estarem mais preparados do que nunca e não virem com manias e caprichos pessoais que desfiguram a ação celebrativa.
         Nem tudo que se vê por aí – decoração, música e outros “ritos sobrepostos” – faz parte do rito do sacramento. Não são alguns “promoter”, nem decoradores, nem fotógrafos ou cinegrafistas que determinam os detalhes da celebração do sacramento do matrimônio. Nas Comunidades Paroquiais, normalmente, há uma equipe de liturgia que ajuda encaminhar os detalhes. Por isso, é necessário que os noivos busquem, além dos encontros em preparação ao sacramento, as secretarias paroquiais para obterem as devidas informações e detalhes da celebração litúrgica do matrimônio.
Pe. Júlio Antônio da Silva
Pároco da Comunidade Paroquial Cristo Ressuscitado – Maringá/PR
FONTE: Arquidiocese de Maringá/PR


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