quinta-feira, 22 de abril de 2010

"O coraçaõ do rei está na mão do Senhor, inclinalo-á para onde quiser!" (Pr. 21, 1)

       Trago aos leitores um trecho da Carta Encíclica Mystici Corporis de S.S. Pio XII, de quem sou especial devoto junto de São Pio X.

“37. Ele na sua vida mortal instruiu-nos com leis, conselhos, avisos, em palavras que não passarão nunca e para os homens de todos os tempos serão Espírito e Vida (cf. Jo 6,63). Além disso deu aos apóstolos e seus sucessores o tríplice poder de ensinar, reger e santificar, poder definido com especiais leis, direitos e deveres, que constituem a lei fundamental de toda a Igreja.

38. Mas Nosso Divino Salvador governa e dirige também por si mesmo e diretamente a sociedade que fundou; pois que Ele reina nas inteligências e corações dos homens e dobra e compele a seu beneplácito as vontades ainda mais rebeldes. "O coração do rei está na mão do Senhor; inclinálo-á para onde quiser" (Pr 21,1). Com este governo interno ele, qual "pastor e bispo das nossas almas" (cf. 1Pd 2,25) não só tem cuidado de cada um em particular, mas também de toda a Igreja; tanto quando ilumina e fortalece os sagrados pastores para que fiel e frutuosamente se desempenhem de seus ofícios, como quando - em circunstâncias particularmente graves - faz surgir no seio da Igreja homens e mulheres de santidade assinalada, que sejam de exemplo aos outros fiéis, para incremento do seu corpo místico. Acresce ainda que Cristo do céu vela sempre com particular amor pela sua esposa intemerata, que labuta neste terrestre exílio; e quando a vê em perigo, ou por si mesmo, ou pelos seus anjos (cf. At 8,26; 9,119; 10,1-7; 12,3-10), ou por aquela que invocamos como auxílio dos cristãos, e pelos outros celestes protetores, salva-a das ondas procelosas e, serenado e abonançado o mar, consola-a com aquela paz "que supera toda a inteligência" (Fl 4,7).

39. Não se julgue, porém, que o seu governo se limita a uma ação invisível[1], ou extraordinária. Ao contrário, o divino Redentor governa o seu corpo místico de modo visível e ordinário por meio do seu vigário na terra. Vós bem sabeis, veneráveis irmãos, que Cristo nosso Senhor, depois de ter, durante a sua carreira mortal, governado pessoalmente e de modo visível o seu "pequeno rebanho" (Lc 12,32), quando estava para deixar este mundo e voltar ao Pai, confiou ao príncipe dos apóstolos o governo visível de toda a sociedade que fundara. E realmente, sapientíssimo como era, não podia deixar sem cabeça visível o corpo social da Igreja que instituíra. Nem se objete que com o primado de jurisdição instituído na Igreja ficava o corpo místico com duas cabeças. Porque Pedro, em força do primado, não é senão vigário de Cristo, e por isso a cabeça principal deste corpo é uma só: Cristo; o qual, sem deixar de governar a Igreja misteriosamente por si mesmo, rege-a também de modo visível por meio daquele que faz as suas vezes na terra; e assim a Igreja, depois da gloriosa ascensão de Cristo ao céu não está educada só sobre ele, senão também sobre Pedro, como fundamento visível. Que Cristo e o seu vigário formam uma só cabeça ensinou-o solenemente nosso predecessor de imortal memória Bonifácio VIII, na carta apostólica "Unam Sanctam"[2] e seus sucessores não cessaram nunca de o repetir.”

Diante destas verdades tão consoladoras, qualquer acréscimo meu incorre em mera repetição. Contudo, não poderia deixar de ao menos comentar alguns trechos que me inebriam a alma!

“o divino Redentor governa o seu corpo místico de modo visível e ordinário por meio do seu vigário na terra”

Todos os dias, nós, Igreja de Deus, rezamos na ação de graças a oração de fidelidade ao Papa. Não só é de grande valia espiritual, mas uma oportunidade salvífica de expiar e reparar tantos quantos o blasfemam  e injuriam nas mídias, no coração, ... na vida! Estamos contigo ó Doce CRISTO, sobre a terra. Estamos contigo, submetemo-nos ao vosso poder e à vontade DEUS PAI.

Tamanha submissão, ó meu Doce Pastor, não vem a ser um ‘papismo’. Visto que o Senhor dobra as inteligências e os corações dos mais rebeldes, não dobraria a vossa se assim fosse necessário?

“Ele reina nas inteligências e corações dos homens e dobra e compele a seu beneplácito as vontades ainda mais rebeldes.”

Certamente, o Senhor DEUS inclina-o e sempre há de incliná-lo para onde quiser.

"O coração do rei está na mão do Senhor; inclinálo-á para onde quiser" (Pr 21,1).

Não estamos sozinhos, como ovelhas sem pastor, visto que o Sumo e Eterno Sacerdote, “sem deixar de governar a Igreja misteriosamente por si mesmo, rege-a também de modo visível por meio daquele que faz as suas vezes na terra”.

Não há como negar que enfrentamos um momento que S.S. Pio XII chama de ‘circunstâncias particularmente graves’, e desta maneira somos invocados a viver o que ele acena como prova do governo de CRISTO em momentos como estes, a saber: em que surgem homens e mulheres de santidade assinalada, que sejam de exemplo aos outros fiéis, para incremento do seu corpo místico. E é desta santidade que precisamos.
      E se Cristo do céu vela sempre com particular amor pela sua esposa intemerata, que labuta neste terrestre exílio; e quando “a vê em perigo, ou por si mesmo, ou pelos seus anjos[3], ou por aquela que invocamos como auxílio dos cristãos, e pelos outros celestes protetores, salva-a das ondas procelosas e, serenado e abonançado o mar, consola-a”. Por esta razão, espero com vigilância por “aquela paz que supera toda a inteligência"[4].
      Ainda que dúvidas doutrinais não resolvidas pairam e se lançam em nosso tempo, se as pérfidas condutas de pobres homens assolam nossos corações e escandalizam os mais fracos, a certeza da fé na Palavra de DEUS e de Pedro – pois somos educadoss por ambos - , com toda força e coragem nós podemos clamar ao mundo que ‘O coração do rei está na mão do Senhor!’.

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