quinta-feira, 8 de abril de 2010

A Páscoa da ressurreição

             
           O nome Páscoa vem do aramaico pasha; no hebraico, pesah; e no grego pásxa. O significado originário de pesah é discutido, seria saltar ou mancar; seria um gesto ritual (dança sacrificial cf 1 Reis 18, 21); ou seria a passagem da constelação Áries ou da lua, lembra Êxodo na morte dos primogênitos no Egito (Ex 12, 13-27).
             Na Bíblia, a palavra pesah se emprega para a festa da Páscoa no sacrifício do cordeiro pascal na noite da libertação do povo hebreu, escravo no Egito.
             Originariamente, pesah e massot foram duas festas separadas (Levítico 23,5s): referiam-se à vida dos nômades e à vida dos campesinos sedentários, sempre lembrando a saída de Israel do Egito, o que ocorrera na primavera. Os ritos da festa pascal lembram sempre a libertação do Egito: a morte do cordeiro, seu sangue na porta das casas, sempre no dia 14 ao entardecer. Comia-se a carne do cordeiro, nada podia ficar para o dia seguinte, pão ázimo e ervas amargas (Ex 34, 25).
           A Páscoa é a passagem do anjo exterminador, uma vez libertado o povo da escravidão do Egito, como festa de família. Buscava-se assim o estreitamento familiar. O pão ázimo se chamava pão da tribulação, que recorda a miserável escravidão do Egito.
           Jesus celebrou a Páscoa com seus Apóstolos (Lc 22, 7-19); os Evangelhos trazem o relato da Ceia Pascal, a Eucaristia e o Sacerdócio. Falam também da sua Paixão, Morte, Sepultamento e o túmulo vazio... A gloriosa Ressurreição. É lembrado o Bom Ladrão que acaba roubando o Céu.
           As negações de Pedro e suas lágrimas banhadas com a tríplice profissão de Amor. As mulheres junto ao Sepulcro. Os discípulos de Emaús e, coroando tudo, Maria Santíssima, que acompanha o Filho e, nos pés da Cruz, João a toma por Mãe, e a todos nós como filhos seus.
          A Igreja, na sua liturgia, celebra a Grande Semana com os Ramos, no triunfo do Cristo Rei, preparando a Paixão do Senhor e nas alegrias da Ressurreição a todos convida aos frutos da Páscoa. Daí, o seu Mandamento: comungar – receber a Divina Eucaristia – pela Páscoa da Ressurreição.
          Quando nós, cristãos, trocamos nossas saudações Pascais, fazemos por certo uma Profissão de Fé. Sabemos que a ressurreição é o selo divino da missão e pregação de Jesus, o reconhecimento por Deus do Messias Crucificado, a resposta à sua obediência à morte, verdadeira obra de Deus.
          É uma passagem da morte para a vida. A Ressurreição é a pedra de toque da fé e verdadeiro objeto da fé cristã, como professamos nos nossos atos de fé. A Ressurreição de Cristo é a garantia e figura da nossa ressurreição e da esperança cristã (1Pd 1,21; 1 Cor 15, 22s; Atos 4,2, 26, 23; Co1 1,18).
         Em nossa Profissão de Fé, rezamos: creio na ressurreição dos mortos, creio na Vida Eterna; é este futuro eterno, a Glória da Ressurreição que nos espera com a gloriosa Ressurreição de Jesus. É o que nos ensina a 1 Coríntios 2,9: “O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, e o coração do homem não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam”. É a Glória Eterna no Céu.

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