sábado, 16 de abril de 2011

Domingo de Ramos - reeditando


«Ferirei o pastor e as ovelhas do rebanho serão dispersas.
Mas, depois da minha ressurreição, hei-de preceder-vos na Galileia!» (Mt.26,31-32)



Da Quaresma à Páscoa, percorremos o nosso caminho, sob inspiração do Salmo 22 (23), que nos revela o coração do belo Pastor!

1. Agora, concluída a Ceia, e depois de cantar os Salmos, Jesus faz uma profecia dramática e uma promessa fecunda, sobre a sorte do Pastor e das suas ovelhas[1]. Jesus aplica a Si mesmo a antiga profecia de Zacarias, que falava do Pastor, que havia de ser ferido, isto é, que havia de ser morto e, consequentemente, veria as suas ovelhas dispersar-se (Zc.13,7; Mt.26,31). De facto, numa misteriosa visão, já o profeta Zacarias aludira a este Messias, que havia de sofrer a morte e, com ela, se daria uma nova dispersão de Israel. Só através de tribulações extremas é que ele esperava a salvação da parte de Deus e a reunião dos filhos dispersos!

2. Nas palavras de Jesus, fica claro o sentido desta visão: Ele é o Pastor ferido e morto. O próprio Jesus é o Pastor de Israel, o Pastor da Humanidade. Ele toma sobre Si a injustiça, a carga devastadora da culpa. Deixa-se ferir. Coloca-se do lado de todos os vencidos, ao longo da história! Mas isso significa que, nessa hora, também a comunidade dos discípulos se dispersará! Esta nova família de Deus, ainda mal acabada de nascer, desmembrar-se-á. E assim será: Judas vai trair a amizade com Jesus, sem acreditar no Seu perdão. Pedro negará Jesus, apesar de confiar ilusoriamente nas suas forças. Os discípulos acobardar-se-ão na hora da cruz! Por fim, hão-de sobrar apenas o discípulo amado, Maria, a Mulher forte, entre muitas mulheres, que observam Jesus de longe. Mas a profecia cumpre-se: Jesus é o Pastor, que não se poupa nem é poupado, antes é ferido e morto; dá livremente a Vida (Jo.10,10), para resgate de todo o seu rebanho!

3. Mas, depois desta profecia da desgraça, segue-se imediatamente uma promessa de salvação: “Depois de ressuscitar, irei à vossa frente, para a Galileia” (Mt.26,32). “Ir à frente”, é ainda uma atitude típica de Pastor. Na verdade, Jesus, depois de passar através da morte, viverá de novo. E, como Ressuscitado, Ele é plenamente Aquele Pastor que, através da morte, conduz pela estrada da vida!

4. Como vedes, as duas coisas são típicas do Pastor belo: dar a própria vida e ir à frente. Aliás, o dar a vida é que O faz ir à frente. É precisamente por meio deste dar a Vida, que Ele nos conduz às fontes da vida. É precisamente por meio deste seu dar a Vida que Ele nos abre a porta e as fontes da Vida, que não acabará jamais. Depois da dispersão, que se segue à morte, verificar-se-á, a partir da ressurreição, a reunião definitiva de todos os filhos de Deus, que andavam dispersos (cf. Jo.11,52), onde cabem judeus e pagãos, a humanidade inteira.

5. Entramos assim, na Semana Santa, para acompanhar Cristo, até ao fim! Ele que nunca nos deixa sós, espera que nos reunamos todos à Sua volta. Não nos deixemos dispersar, pelos atractivos do sol ou das férias, ou pelos cuidados e limpezas das nossas casas. Detenhamo-nos, como as mulheres e os primeiros amigos, a contemplar Cristo Crucificado! Pois olhar para o Trespassado e lamentá-lO (cf. Zc.12,10) torna-se, já, uma verdadeira fonte de purificação! Nesse olhar e nesse lamento, tem início a força transformadora da Paixão de Jesus! Vamos todos a essa fonte, aberta para nós, na ferida aberta por nós!

Um comentário:

  1. Paixão, morte e ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, eis aí, um grande desafio p todos os cristãos q buscam o caminho da Salvação. Refletir profundamente sobre os passos e o sofrimento de Cristo e decidir segui-lo, é viver uma nova vida,transformar as atitudes, ser mais humilde, praticar a caridade e viver em prol dos mais necessitados, assim partiremos p a santificação.

    ResponderExcluir