sábado, 9 de abril de 2011

Quinto Domingo da Quaresma - 10/04/2011


Queridos irmão se irmãs, paz e bem em Cristo Jesus!

         Depois de uma caminhada - mais ou menos longa - chegamos à Celebração do quinto e "ultimo" domingo do Tempo da Quaresma. Nestes três últimos domingos (contando com este), fomos agraciados com techos do Evangelho de São João que nos revelaram, ou melhor, tentaram nos revelar a Verdadeira Face de Deus por meio das atitudes de Jesus: Jo 4, 5-42 (Samaritana - III Domingo), Jo 9, 1-41 (Cego de Nascença - IV Domingo) e, o de hoje, Jo 11, 1-45 (Ressureição de Lázaro - V Domingo). São uma sequência de textos que, se bem compreendidos por nós, poderão nos auxiliar na compreensão de nosso Deus.
       Neste V domingo, a Palavra de Deus que nos é proposta, nos apresenta o poder de Deus de fazer voltar à vida aqueles para os quais a vida parece ter terminada. 
         Na primeira leitura (Ez 37, 12-14), encontramos o Profeta animando a Comunidade que está no Exílio da Babilônia e, por conta disso, não consegue enxergar possibilidades de ter sua vida de volta. O Exílio é como uma experiência de morte aonde o povo se vê como um "cadáver" dentro da sepultura. Tal experiência "parece" sem saída pois, "para aqueles que descem à sepultura, tudo está terminado!" É neste momento, que o Profeta Ezequiel pronuncia as palavras da leitura deste domingo: Deus vai abrir a tal sepultura para retirar de lá o seu povo, levando-o de volta para a sua terra. Esta atitude de Deus levará o povo a reconhecê-Lo como único Senhor. O Seu Espírito será derramado sobre o povo e, este voltará à vida (que, diga-se de passagem, o povo achava que não possuiria mais). Isto tudo será possível porque Javé é o Deus que diz e faz o que diz!
       Esta leitura do Profeta nos faz perceber que não há situação complicada que não seja solucionada por nosso Deus. Ele é o Deus que não conhece o impossível e, mesmo quando não vemos saída, para Ele sempre haverá. Mesmo que nossas vidas estejam "aparentemente" mortas, o poder de Deus nos fará reviver. É só ouví-Lo e, "sair de nossas sepulturas" para onde os nossos pecados nos conduziu.

       Em sintonia com a profecia de Ezequiel, está o Evangelho de João narrando, para nós, o episódio da "Ressurreição de Lázaro". O Evangelho de João é profundamente teológico e, para que o compreendamos melhor, será preciso mergulhar no sentido que se encontra para além do texto escrito. É isso que tentaremos fazer a partir de agora.
        Um primeiro ponto que deve nos chamar a atenção é o retrato de família que nos é revelado pelo texto: não há pais, filhos, filhas mas, tão somente, irmãos (Marta, Maria e Lázaro). Daí, podemos entender que tal família é símbolo da própria Comunidade dos Seguidores de Jesus (para a qual, João escreve o seu Evangelho) e, que não admite relações de superiores/inferiores mas, aonde todos são iguais/irmãos. Esta Família-Comunidade está passando por uma situação que põe em xeque a fé no Deus que Jesus revelou: a doença e, consequentemente, a morte de um de seus membros. Como acreditar que o nosso Deus é o Deus da Vida quando um dos nossos "irmãos" adoece e, pior, morre? Aonde está Deus que não vem em socorro dos seus? Porém, o que a Comunidade/Família não entende é que este tipo de situação pode "servir para a maior glorificação de Deus". Às vezes, Deus demora, parece não escutar nosso clamor mas, é preciso entender que Ele sabe o porquê não nos atende na hora que O chamamos. É preciso perceber a necessidade de "caminhar de dia para não tropeçar" e, caminhar de dia implica em "caminhar na Luz" que é o próprio Deus (cura do cego de nascença do domingo passado, Cristo é a Luz de nossos olhos).
      O Evangelho de hoje revela que Deus tem o seu momento e o seu jeito de agir. Nós, devemos nos conformar a Ele. Para a Comunidade/Família, Lázaro está morto há 04 dias (tempo suficiente para se considerar a morte como verdadeira, sem volta) mas, para Deus/Jesus, não há impossível (primeira leitura).
Outro fator importante ocorre quando Jesus chega a Betânia: as irmãs e os amigos estão em casa, sofrendo, chorando, desesperados pelo acontecido. Jesus não entra neste meio que demonstra ausência total de fé no Deus da Vida. Ele espera, "fora" deste espaço, que os que lá estão "saiam" para se encontrarem com Ele. Fora desta influência de "desespero", de "ausência de fé", Jesus pode travar um diálogo com Marta, uma das irmãs do morto e, neste diálogo vai, aos poucos, lhe abrindo os olhos da fé (tal qual havia feito com a Samaritana e o Cego de Nascença nas duas últimas semanas): Jesus é a Água Viva, a Luz e, hoje, a Ressurreição e a Vida! É preciso crer para ver suas maravilhas realizadas em nós e, por nós, no nosso mundo. A experiência de Fé de Marta a conduz a sua irmã Maria e, motivada por ela, Maria vai ao encontro de Jesus, saindo de sua prostração e lamento/ausência de fé. O Encontro com Maria leva Jesus ao choro (de seu rosto rolaram as lágrimas) porém, o choro de Jesus é completamente diferente dos demais: estes, choram de desespero/ausência de fé e, Jesus chora de compaixão.
        Esta Compaixão levará Jesus a fazer algo em benefício da Comunidade, suscitando-lhe a Fé Verdadeira. Jesus é Aquele para o qual não há impossibilidades (realização plena das ações de Deus no primeiro testamento). é preciso abrir o túmulo (algo estranho). Se não dermos ouvidos "às loucuras de Deus", não poderemos ver a sua glória. Apesar de cheirar mal (faz 04 dias que está morto) é preciso coragem para "rolar a pedra da entrada do túmulo aonde a Vida jaz" e, experimentar que o nosso Deus é o Deus da Vida e não da morte. Jesus é o Enviado do Pai para realizar as Suas Obras. À Voz de Jesus que chama o morto, este sai da sepultura para o "espanto" de todos os presentes. Agora, é preciso desatar e deixar o "vivo" livre para andar direito e seguir o Mestre.
      Fazer esta experiência com o Deus da Vida nos faz passar da "vida segundo a carne para vida segundo o Espírito" (segunda leitura - Rm 8, 8-11). Esta passagem da carne para o Espírito no sgarante que "apesar de termos uma vida marcada pela dor, pela morte, o nosso Espírito estará cheio de Vida, graças à Justiça de Deus". É preciso fazer a experiência para reconhecer esta Verdade da Palavra de Deus deste quinto domingo da quaresma. Não nos fechemos à tal experiência!

OREMOS:

          Ó Deus de Amor e de Bondade, nós Te louvamos, bendizemos e agradecemos porque só Tu és o Deus da Vida e, tudo que fazes é para nos revelar esta Verdade. Agradecemos porque, quando estamos no fundo do poço, em nossas sepulturas, podemos escutar a Sua doce Voz a nos convidar: "Vem para fora!" Te pedimos que esta Caminhada Quaresmal tenha nos conduzido a este Encontro Pessoal e Verdadeiro contigo e, que a nossa Vida possa Te revelar a todos (as) que nos cercam! Isto Te pedimos, pelos merecimentos de nosso Senhor Jesus Cristo, na Unidade do Espírito Santo! Amém!

Um comentário:

  1. Muito bonita e oportuna esta reflexão/mensagem sobre a caminhada quaresmal. Na verdade os últimos Evangelhos nos alertam a abrir os olhos do coração para enxergar a exortação do nosso Deus que realiza o impossível, "mesmo quando não vemos saída". Basta nos disponibilizar-mos a ouvir sua voz e tomar da água viva que Ele nos oferece. Assim,veremos as maravilhas realizadas em nossas vidas. Portanto, meu irmão, entregue sua vida e seus problemas, a este Deus maravilhoso, e creia q tudo Ele fará para o teu bem. Tenha paciência e espere em Deus, a sua vida será cada dia melhor. Ele sabe o q é melhor para cada um de nós.

    ResponderExcluir