quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A MALEDICÊNCIA - o Mal da sociedade.




“Antes de falardes — aconselha um sábio mestre espiritual —, tende o cuidado de examinar se aquilo que ides dizer satisfaz a estes três requisitos: ser verdadeiro, agradável e animador; do contrário, deixai-vos ficar calados.”

Infelizmente, não aprendemos ainda a virtude do silêncio e, o que é pior, experimentamos um prazer imenso em falar desnecessariamente e em demasia, descambando, muitas vezes, para a maledicência, sem sequer nos apercebermos disso.

Basta que duas ou mais pessoas nos reunamos em conversação livre, para que, instantes depois, já estejamos a dizer mal dos outros.

Administração, política, negócios, religião, festas sociais, parentela etc., tudo serve para conduzir-nos aos falatórios inconsiderados em torno de nossos semelhantes, que, uma vez iniciados, podem prolongar-se por horas a fio, eis que nunca faltam “Judas” para serem malhados.

Curioso: nenhum de nós se dá pressa em divulgar notícias sérias, sobre assuntos de relevante interesse para a Humanidade; mas com que sofreguidão disputamos a primazia de passar adiante fatos e boatos desagradáveis, deprimentes ou que possam provocar escândalo!

Não raro, aquilo que nos chega aos ouvidos são meras conjeturas e suposições maldosas, às quais não deveríamos dar o menor crédito. Levianamente, porém, não só as transmitimos a outrem, emprestando-lhes foros de veracidade, como até as exageramos, acrescentando-lhes detalhes fantasiosos, para melhor convencer os que nos escutam.

Quanto desamor ao próximo ressalta dessas atitudes!

Ainda que nós mesmos tenhamos tido oportunidade de presenciar certas cenas ou episódios que nos pareçam comprometedores, manda a prudência nos abstenhamos de comentá-los, porque cada um de nós é levado a julgar as coisas que vê segundo as inclinações de seu próprio coração, e isso altera fundamentalmente o verdadeiro juízo delas.

A maledicência provém do mau vezo que temos de intrometer-nos na vida alheia.

Sem dúvida, haverá ocasiões em que, percebendo que uma pessoa esteja a proceder erroneamente, nos caiba o dever de, muito em particular e com delicadeza, procurar fazê-la convencer-se de tal; nunca, entretanto, alardear com terceiros fraquezas e deslizes que também estamos sujeitos a cometer.

O Evangelho, que é um magnífico tratado da ciência de bem viver, reprova a maledicência, o mexerico, as murmurações e semelhantes, instruindo-nos, por outro lado, como empregar nobremente o dom da palavra.

Eis, entre outros, alguns textos específicos:

“Toda a palavra ociosa que falarem os homens, darão conta dela no dia do juízo.” (Mat., 12:36).

“Os maldizentes não entrarão no reino de Deus.” (I Cor., 6:10)

“Nenhuma palavra má saia de vossa boca, senão só a que seja boa para edificação da fé, de maneira que dê graça aos que a ouvem.” (Ef., 4:29).

“Evita o falatório vão e profano, porque produzirão maior impiedade.” (II Tim., 2:16).

Atentos a essas advertências e exortações, tratemos então de exercer severo controle da língua, utilizando os sagrados recursos de expressão que a bondade de Deus nos há concedido, com a mesma dignidade e pureza com que Jesus, conversando, nos legou essa maravilha, que é a Doutrina Cristã.


A maledicência - o falar mal dos outros - é um dos maiores males do nosso século.


Será que gostamos de falar mal dos outros ?

Será que quando afirmamos:

“Não estou falando mal de fulano. Só estou dizendo a verdade”, na realidade não estamos encobertando nosso prazer de falar mal dos outros?

Conhecer-se a si mesmo. Este é o caminho para o nosso aprimoramento.

E com o objetivo de, em relação à maledicência, nos conhecermos melhor, sugiro tirar cópias e aplicar este teste de auto-conhecimento junto aos integrantes dos grupos de estudos do Centro Espírita em que você atua.

Antes de aplicar o teste é conveniente ressaltar aos que se propuserem a participar do mesmo, que é um teste de auto-conhecimento particular. Isto é, ninguém precisa e nem deve comentar o resultado. O objetivo maior é fazer cada pessoa conhecer-se melhor e refletir sobre as conseqüências nefastas da maledicência.

Após a aplicação do teste e resultados do mesmo, faça reflexões, junto ao seu grupo de estudo, sobre:

 As frases seguintes:
“Não há institutos de pesquisas no mundo capazes de avaliar a quantidade de infortúnio e delitos desencadeados entre os homens, anualmente, resultantes de impressões falsas proclamadas como verdadeiras”.


“O tempo que se perde na crítica pode ser usado em construção”


FAÇA SEU PRÓPRIO TESTE:

“EU E A MALEDICÊNCIA”

1) Ao surgir, numa conversa, comentários sobre um deslize de alguém, você se interessa em ouvir?

QUAL A SUA ATITUDE?

(0)faz perguntas (5)ouve apenas (10)corta a conversa

2) Ao saber de uma infidelidade de parente ou pessoa amiga, apressa-se em levar a notícia adiante?

QUAL A SUA ATITUDE?

(0)comenta com outros (5)pensa em falar, mas silencia (10)pondera e cala

3) Acha divertido e participa animadamente das fofocas entre amigos(as)?

QUAL A SUA ATITUDE?

(0)participa contribuindo (5)apenas ouve e ri (10)evita as fofocas

4) Escandaliza-se ao saber de ocorrências escabrosas envolvendo pessoas conhecidas?

QUAL A SUA ATITUDE?

(0)arregala os olhos e exclama (5)comenta com outros (10)não se envolve e silencia

5) Sente-se atraído(a) pelas conversas ou notícias sobre desastres e crimes passionais?

QUAL A SUA ATITUDE?

(0)busca avidamente (5)apenas ouve e lê (10)evita ouvir e ler

6) Comenta com outros os defeitos de alguém por quem sente qualquer antipatia?

QUAL A SUA ATITUDE?

(0)acentua os defeitos (5)não chega a comentar (10)evita ver os defeitos

7) Sente, às vezes, incontrolável impulso, e deixa transparecer a outros um assunto reservado, confiado por pessoa de sua intimidade?

QUAL A SUA ATITUDE?

(0)não resiste e fala (5)apenas sente vontade de falar (10)nem sente vontade nem fala
8) Dá ouvidos a conversas sobre problemas causados por companheiros, no âmbito do centro espírita em que colabora?
QUAL A SUA ATITUDE?
(0)comenta e dá ouvidos (5)ouve e silencia (10)pondera com tolerância
9) Alguém lhe diz “não gosto de fulano”, “beltrano é mal encarado e presunçoso”. Tendo oportunidade, você conta à pessoa em questão o que ouviu?
QUAL A SUA ATITUDE?
(0)não resiste e transmite o que soube (5)apenas sente vontade de contar (10) não conta
10) Usa, por vezes, expressões do tipo: “aquele cara é um chato”, “veja o que beltrano me fez”, “fulano só quer ser o bom”, etc.
QUAL A SUA ATITUDE?

(0)não resiste e comenta a sua opinião (5)tem sua opinião mas não comenta da pessoa (10)procura ver o lado bom
AVALIE-SE COMO SEGUE
adicione as pontuações que estão dentro dos parênteses que você assinalou.
Chegue à soma.
Veja o resultado:
De 90 a 100 pontos: muito bom, excelente resultado
De 70 a 89 pontos: bom, mas deve se cuidar.
De 40 a 69 pontos: sofrível, lute bastante.
De 0 a 39 pontos: sem comentários, esforce-se ao máximo

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